Quando era menino sonhava com ela, pela magia da garridice das cores e pela descoberta de coisas novas. Quando era rapazote e andava a estudar ansiava por ela, para ganhar uns escudos a desenhar e a orientar a decoração de alguns stands. Depois; já casado, tornei a ganhar algumas notitas de mil a desenhar e a pintar cartazes, anunciando os eventos diários que nela aconteciam, os quais eram colocados em pleno Rossio. Chegou a Revolução dos Cravos e fui trabalhar nela como membro executivo da sua Comissão Organizadora.
Agora estou velho e como já não presto, a ancestral Feira de S. Mateus de Viseu, a decorrer até 21 de Setembro, esqueceu-me e eu ando a ver se também arranjo coragem para a olvidar, o que não consigo, pois ela está-me nas veias e na alma.
Há coisas que, por mais que façamos, nos ficam a marcar a existência.
Será bom? Será mau? Não sei! Mas sei que são coisas muito nossas que nos marcam e se perpetuam, pelo menos enquanto gozarmos, em plenitude, do uso da razão.
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