A passagem de uma pessoa, seja ela quem for, por este planeta é feita de uma sucessão rítmica de momentos altos e de outros de menor elevação.
Esse virar constante de página no livro em que se apontam os passos bons e maus de cada indivíduo, tem nome, chama-se Vida. E só o facto de vivermos é já, em si, um verdadeiro acto heróico. Pois nos obriga, desde criança, a um enorme esforço de atenção e observação para que não nos precipitemos nos abismos que, a cada instante, se nos apresentam.
Contudo a ganância do Ter e do Ser, qual monstro sempre de goela aberta para nos devorar, faz-nos baixar a guarda e, sem nos apercebermos, quando menos esperamos estamos tombados no lodo da destruição e ou da descrença própria e alheia.
Ninguém é imune e impune a tal desgraça, porque ela é regida por uma lei cega e insensível a que não se escapa se nos tivermos deixado cair, consciente ou inadvertidamente, nela.
Os que exercem a política são, naturalmente, quem fica e está mais exposto às permanentes preia-mares e baixa-mares da existência humana.
Dirão que é o destino.
Sem pretender querer contradizer quem crê nisso, direi, todavia, que o Destino, tal como Deus, está em nós e somos nós que temos o dever de o amar e de o construir segundo a segundo, com persistência, mas, sobretudo, com alegria e sempre, sempre tendo em vista o nosso bem, já que só assim seremos capazes de, como preconizou Buda e, também, Cristo «amar e ajudar o próximo» e, desse modo, simples e sublime, sermos, autenticamente, servidores, úteis e conscientes, da polis
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