Dizia, muito bem, Michael J. Fox – in Saving Milly, em citação de Morton Kondrake (Public Affair) que «a dignidade de um indivíduo pode ser atacada, vandalizada, espezinhada, cruelmente ridicularizada, todavia não pode ser-lhe roubada, a não ser que a ela renuncie.»
E a questão principal, digo mesmo, fundamental está na renúncia. Há, algumas vezes, factos ou motivos que levam a que o indivíduo, em desespero de causa, como soa dizer-se, acaba, triste e lamentavelmente, por quebrar os marcos morais em que foi educado e o norteiam e perde, num repente, todo o sentido da salvaguarda da sua dignidade.
Uma pessoa com fome e sem meios para se sustentar, por certo, mesmo hesitando muito, é capaz de roubar; um pai ou mãe, para defender a sua cria, é capaz de matar um seu semelhante; etc., etc., etc., os casos a citar poderiam ser tantos, tantos…
.A dignidade é um bem precioso que deve ser guardado em cofre “fechado a sete chaves”, para que não corra o risco de se perder e, por assalto inesperado com gazua ou pé-de-cabra, nos ser, ainda que aparentemente, retirada.
Penso (posso estar errado) que ninguém deixa, por gosto, violar o selo, mas, somente, porque a tal o forçam as circunstâncias de um dado momento.
Quando assim sucede, a dor é incomensurável, é certo! Não é, porém, irremediável, pois existe sempre a possibilidade de se “emendar a mão” e recuperar o perdido.
É – como disse Cristo a propósito do pecado, «setenta vezes sete vezes» – possível recuperar aquilo a que, momentaneamente, num desespero ou numa loucura, se renunciou. Tenha-se para tal, a necessária vontade e coragem!
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