A alegria dá força e engenho para serem levadas por diante grandes coisas. Esta asserção, que é minha, baseia-se no facto de que alguém, invadido por uma tristeza profunda, não consegue, com naturalidade, realizar obras de génio. Pois, por certo, terá sido vencido por um, destrutivo, estado de depressão verdadeiramente incapacitante.
As grandes obras, ainda que feitas com calma, são sempre realizadas debaixo de uma certa dose de euforia, motivada pelo desejo de construir algo de útil e bom para quem a erige e/ou para quem a irá usufruir. E isso dá gozo: alegria!
Na “Era de Quinhentos” os portugueses, eivados de um espírito empreendedor e de curiosidade imbatíveis, fizeram-se a mar e, dessa forma, deram «novos mundos ao Mundo», como afirmou Camões.
Eles iam alegres, esperançados nos proventos económicos que adviriam do seu trabalho e dos sacrifícios e lutas que teriam, por mor de avançarem para o desconhecido, de enfrentar.
E foram! E fizeram! E «passaram além da Taprobana!» Eram heróis por força da esperançada alegria que os motivava. E hoje? O que somos e como somos?
Meu pai – Deus o tenha em bom lugar – dizia, muitas vezes, que Salazar castrara o povo português e o fizera triste e «vencido da vida», coimo os intelectuais do célebre “Grupo do Leão”.
De facto, depois do lampejo eufórico do pós-25 de Abril, os portugueses, progressivamente, têm vindo a cair numa acentuada e «vil tristeza» que os incapacita para os grandes rasgos.
E, daí, a crise económica, política, social, moral, filosófica, (eu sei lá que mais?) em que vivemos e nos afundamos a cada instante.
A dúvida é o “pão-nosso de cada dia” da nossa realidade existencial. Para onde vamos? O que queremos? E… até quando? Eu não sei responder. Mas, ao que vejo e sinto, os políticos e os governantes também não!
Que porra de tristeza é esta que nos está a atingir e a deprimir como nação?!...
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