O meu amigo Álmiro, o “bom patife das músicas”, questionava-me, há dias, sobre se tinha medo da velhice. Que não! Que tal, em si, me não assustava. O que me preocupa é a perda de capacidades, muito especialmente, de capacidades mentais, pois a maior tristeza é já não sermos senhores do que pensamos e, por isso, das nossas atitudes que, assim, deixam de ser correctas e coerentes com os nossos princípios e a nossa personalidade.
Este receio, creio-o, adquiri-o em menino, quando, em casa de meu avô paterno, o ouvia dar “Graças a Deus” e, ele, a certa altura da reza, dizia «S. João Baptista, dai-nos juízo até à hora da nossa morte.»
De facto o uso da razão é o maior bem que foi dado ao Ser Humano. Sem ele seríamos, apenas, meros animais regidos pelos instintos naturais e sujeitos às circunstâncias do ambiente e do clima. Sem tal benesse, qualquer alternativa de intervirmos de forma a garantirmos um melhor viver, seria, à partida, objectivo falhado.
Mas esse bem tem (está a ter), também, efeitos perniciosos. Pela nossa inteligência, egoísta e egocêntrica, estamos, a cada dia, a destruir o nosso habitat ou seja o Planeta Terra.
Que sejamos tão inteligentes a ponto de travar e corrigir todos os males que fazemos à Natureza, é, obviamente, o nosso esperançado desejo.
E… Já não é pouco!
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