Dizia eu, no texto anterior, que tudo tem mudado (e muito) desde que me conheço. É que já nada (ou muito pouco) é ou está como quando era um miúdo em busca de mim próprio. O pensamento (meu e da sociedade) mudou.
Para melhor? Para pior?
Julgo (ou cuido eu) para melhor, pois houve uma evolução positiva na conquista e obtenção da liberdade de expressão e de acção. Agora somos (devemos ser) livres para expressar as nossas ideias. E o nosso pensamento pode (porque tem acesso a isso com facilidade) alimentar-se com novos conceitos mentais e… mesmo técnicos, possibilitando um mais rápido avanço científico e tecnológico à comunidade em que, globalmente, estamos inseridos.
Dantes, o associativismo era a forma mais consistente de satisfazer necessidades próprias da vida humana, seguindo o “velho” princípio de que «a união faz a força». Por essa razão criavam-se corporações, associações, cooperativas, sociedades, sindicatos, partidos e sei lá que mais, que, dadas as conjunturas da época, até resultavam, dando aos membros desses corpos institucionais o bem-estar que almejavam e a que tinham direito.
Agora (pelo menos em Portugal) assiste-se à individualização da vida nas comunidades humanas. Todas as anteriores formas colectivas deixam, a pouco e pouco, de ter a força que tinham e começam a ser substituídas por pessoas independentes que, com o apoio (livre, ou necessário, ou, ainda, muitas vezes fanático) de outras pessoas, se vão candidatando e ganhando posições de poder no meio em que pretendem liderar e singrar social, económica e politicamente.
Será que estamos a retornar aos tempos feudais em que o mais forte, o mais letrado, o mais experimentado, o mais rico (embora estúpido como a albarda de uma besta), o mais manhoso, o mais espalhafatoso, ou o mais “esperto”, conseguia reunir, em seu redor, uns tantos e lá ia ele, qual Giraldo – o sem pavor – à conquista de Évora?
Pelo que estou a ver, parece-me que sim! Parece-me que o colectivismo (como forma aglutinadora de ideais e valores humanos e força de poder) está a ficar esvaziado de sentido. Estamos – parece-nos – a chegar ao tempo do “salve-se quem puder”!
Que pena!....
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