terça-feira, julho 31, 2007

Injustiças

Depois de uma semana sem "blogar", por problemas no servidor da Net, aqui vai mais um dos meus pensamentos sentido e vivido na carne, nos ossos e na alma:


«O porco sonha com a bolota e o homem com o dinheiro.» – Diz um velho aforismo popular, creio, com muita razão, pois o porco com fome não pára de roncar e de se revolver na pocilga onde habita (ou o fazem habitar), e o ser humano pela sua ambição e busca de riqueza até é capaz de injuriar, espezinhar, injustiçar e, até, matar, sem quaisquer escrúpulos, o seu semelhante desde que daí lhe advenham vantagens.

«Feliz o tempo em que a riqueza não era prestigiada (…)» – Dizia o mítico filósofo Apolínio de Tyana, nos primeiros anos da Era Cristã – o que, de forma palpável, também nos é lícito afirmar nos dias de hoje, pois esse pensamento se tornou tão actual e apropriado que causa medo e preocupação, já que essa ambição desmedida pela obtenção (e/ou salvaguarda) de regalias sociais ou de proventos financeiros gera guerras fratricidas e destruidoras de valores fundamentais à vida do e no planeta.

Por interesse – repito com veemência, pois o sinto no corpo e no espírito – há gente vil que mente e acusa cruelmente o outro daquilo que jamais fez ou sequer lhe passou pela cabeça.

Desaparece, nesse caso, a ética e a deontologia profissional (rasga-se, se for preciso, o “juramento hipocrático” ou qualquer outro), porque o que, unicamente, importa é a ganhuça ou a manutenção do cliente que garante a continuação do “bem-bom”. E, então, surge a corrupção activa ou passiva e surge, em sucessão diabólica, o atropelo ás mais elementares regras da melhor convivência individual (de homem para homem) e colectiva (num sentido lato, entre os membros da comunidade em que cada um está inserido).

Dessa forma surgem, tantas vezes, as guerras e a destruição e forma-se um clima insuportável de ódio e violência, bem difíceis de travar.

«A violência, é uma fera destrambelhada, é inútil discutir com ela temos è que a enganar.»Refere também Isabel Allende no livro “O Plano Infinito –, como? – pergunto eu. Sofrendo, sofrendo indefinidamente a dor das injustiças e da maldade humana?

De tudo isto se infere que é importante, se não mesmo fundamental, procurar acabar com a cobiça pela riqueza, dando-lhe, isso, sim, o mérito que ela realmente tem e não entrarmos na (desvairada) avareza de a ter, abundante, de qualquer modo e a qualquer preço, chame-se ela ouro, prata, prestígio, bem-estar ou algo que nem nos passa pela cabeça.

Como com o vinho sejamos ambiciosos, sim! Mas comedidamente moderados na sua aquisição e uso e, então, haverá Paz, Progresso e, com isso, Amor!

Sem comentários: