Dantes – até aos anos trinta do século XX –, em Portugal, por onde escorresse uma cale de água, as pás de uma roda movimentavam uma mó que farinava cereal, o mesmo sucedia por onde passasse um bufo de Eolo, também aí as brancas velas de pano faziam rodar uma mó. Eram milhares os moinhos de água e de vento que alimentavam as bocas do nosso país, quer dando-lhe a farinha necessária á produção do pão, quer ocupando braços.
Depois vieram os motores e essas velhas máquinas aproveitadoras das energias naturais e, daí, não poluentes, ficaram paradas e inúteis tornando-se ruínas a desfeiar o bucolismo das belas paisagens em que estavam habilmente inseridas.
Meu pai, serralheiro mecânico (e Mestre do Ensino Técnico), em 1947 – ele que fabricava moinhos eléctricos e a motor diesel, nas suas oficinas –, preconizou o reaproveitamento de toda essa energia, na produção de electricidade, quer através da adaptação das velhas rodas dos moinhos ou substituindo-as por pequenas turbinas acopladas a alternadores; quer transformando os moinhos de vento em aerodinamos.
Tinha razão, o “meu velhote”, pois os 7,5 KW, de cada mó, poderiam (ou poderão) muito bem multiplicar-se por milhares, por todo o país, e, a um custo muitíssimo baixo (as adaptações não eram, nem são caras), tornar-nos menos dependentes da importação de energia eléctrica.
A questão da energia Eólica está agora a ser resolvida, mas as micro-hidricas (não mini-hidricas, porque com demasiado investimento económico) continuam a desperdiçar a potência que nos faz falta.
Que quem for de direito nesta área, se debruce sobre o caso e tome as medidas adequadas e correctas, é o meu voto sincero!
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