É surpreendente como em áreas onde deixaram de ser efectuadas culturas agrárias convencionais, ficando, naturalmente, a terra de poiso, tornando-se em matagal, não se tenham tornado em habitats privilegiados à proliferação de animais selvagens, muito especialmente lagartos, cobras, raposas e, até, lobos, como outrora.
Mas, salvo raríssimos casos – como, por exemplo, na borda ocidental da nova Avenida da Europa, em Viseu, em que já foi vista uma raposa e algumas grossas serpentes –, tal não é frequente.
A que atribuir essa falha no repovoamento dos pousios com bichezas?
Embora seja difícil achar, linearmente, respostas cabais para esta questão, ainda assim é-me lícito aventar duas ou três, que cuido relevantes, no contexto geral desta problemática.
A primeira será o facto das áreas agrícolas abandonadas terem, na maioria dos casos, acesso complicado, pois, para lá chegarem os animais repovoadores, teriam de cruzar redes rodoviárias de tráfego intenso e, para eles, assustadoramente, fatais.
A segunda pode muito bem ser o efeito nefasto dos fogos, a mais das vezes de origem criminosa, que, ciclicamente, assolam esses matagais, matando os animais ou obrigando-os à fuga precipitada.
E a terceira, aquela a que a todos deve preocupar, creio ser as condições ambientais adversas, quer pela poluição envolvente (lixeiras, regatos de águas de escorrências de pequenas indústrias, de pocilgas, etc.), quer pela mudança dos microclimas ocasionada pelo efeito de estufa, os quais, de uma forma ou de outra, impossibilitam a reprodução normal dos bichos e, daí, a criação (ou recriação) de uma desejável biodiversidade local importante porque equilibradora da Natureza.
Que fazer, neste caso?
Aos técnicos é que cabe olhar e estudar a situação em todas as suas vertentes: Então, digam-no e façam-no!
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