Se tudo rodasse sobre esferas o atrito estaria reduzido ao mínimo, deslizando tudo com tal suavidade que, por certo, nem daríamos conta do avanço do tempo. Ora isto que poderá parecer-nos óptimo, será que o é? Não será rotina mórbida e negativa pelo seu ostracismo ou melhor: “pelo deixa correr”?
O atrito permite a travagem, as mudanças de ritmo, a variação constante da marcha. Logo, o atrito ou os atritos também são necessários e importantes, já que possibilitam as mudanças da história.
A humanidade, nestes quase cinco milhões de anos que pisamos o planeta, tem sofrido, permanentemente, o efeito do atrito, umas vezes entre si, outras pelo girar da Terra pelo Cosmo. Mas – penso eu – tem sido bom, porque tem feito com que o ser humano tenha evoluído, não só em termos físicos, mas, sobretudo, ao nível da mente.
Entretanto, por mor desta evolução, uma questão se nos põe: será que estamos a evoluir no bom sentido ou estamo-nos a afastar para a rota da destruição (digo mesmo: da autodestruição)?
A segunda hipótese começa a plasmar-se, assustadoramente, á nossa frente. A ganância e o lucro estão a atirar-nos para o desprezo à casa que herdamos de nossos passados. Amanhã as paredes e o telhado acabam por ruir e nós cairemos esmagados pelas traves da nossa ambição e choraremos, se calhar já no além, lágrimas de sangue e arrependimento, porém, será tarde, muito tarde…
Quioto, desrespeitado, de nada e para nada valerá, tenhamos disto consciência!
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