Num mundo torto e cheio de complicações de toda a ordem só pretendemos que não espezinhem os nossos direitos de cidadãos e, sobretudo, de seres humanos, como tantas vezes tem sucedido. É que esta matéria dos direitos e deveres, a mais das vezes, é um estandarte de fácil (mas indevido) manejo, quase sempre, por mãos impróprias. Pois só intentam, com tal atitude, chegar a “a brasa `sua sardinha” a qual, na maioria dos casos, não é a de melhor qualidade. Porém, como, infelizmente, a vida é feita de muitas coisas erradas, a demagogia é mais uma a que temos de nos habituar e aprender a destrinçar para não cairmos em esparrelas de muito boas falas, mas de resultados catastróficos, para cada um em particular e para todos em geral.
Mas adiante, que podem, como já aconteceu algumas vezes, apelidar-nos com nomes que não nos cabem e que nos chamam agressivamente pela simples razão de defendermos o Homem em si, sem atentarmos a credos religiosos, ideologias políticas e tendência sexuais. Sou do Benfica, mas respeito e entendo os Sportinguistas. Sou Cristão, mas encho-me de compreensão por todos os outros credos religiosos. Sou homem, mas amo os animais. Sou heterossexual, mas respeito e compreendo quem o não é. Sou habitante da Terra, mas aceito com amor todos os outros seres que, por certo, pululam pelos restantes mundos do Universo. Os rótulos não me doem, o que me magoa é a má fé e toda a maldade de quem me quer, com eles, ferir a minha dignidade de pessoa livre e igual às outras, mormente as minhas incapacidades físicas, intelectuais ou, mesmo, morais (se é que existem!?...)
Ainda dentro do espírito ecuménico de que estou a falar, muito me doeu, pelas imagens que presenciei, esta semana, quando da minha visita a pessoa amiga dos arredores de Viseu, ver bandos de caçadores, de arma ao ombro, numa busca frenética e (por que não dizê-lo?) desumana (quase histérica) a animais indefesos e, o que é bem pior, em vias de extinção no nosso país – caso do coelho bravo.
Quando olhamos para o número de caçadores em Portugal, que tiraram as suas licenças, ficamos deveras preocupados. Os números, na sua frieza e crueldade, falam, aos sensíveis para com os problemas do equilíbrio da Natureza, cada vez mais agredida e degradada, com uma eloquência digna do mais inflamado e erudito tribuno.
Quem se importa e acode a tal situação? Quem tem poder e coragem para tomar medidas severas e rápidas que salvem o nosso património cinegético e o reponham nos níveis de equilíbrio há tanto perdido?
Não nos cabe responder, mas, ao menos, “levantámos a lebre” na esperança de que muitas lebres e outras bichezas possam, graças a este alerta, vir a ser salvas.
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