sexta-feira, outubro 06, 2006

Anonimato

Meu avô materno – pessoa de poucas letras – mas de imensa sabedoria adquirida na Universidade da Vida, em que era Catedrático Jubilado, dizia-me, bastas vezes, «tu usas um pseudónimo literário porque o teu nome é demasiado grande para ser lido, como assinatura dos teus trabalhos, na rádio ou para não ocupar demasiados tipos nos jornais, o que não è mal nenhum». (De facto José Lemos de Almeida Campos é de ficar sem fôlego). «Mas – acrescentava ele – nunca escondas o teu endereço, para que alguém que te queira contactar, para o bem ou para o mal o possa fazer. Depois, é a ti que cabe decidir se aceitas ou não o que te é dito ou proposto. Nunca te anonimizes no pseudónimo, nem numa falsa morada.»

Vem isto a propósito de alguém – pessoa culta, educada e inteligente – que, de forma delicada tem mandado comentários a este meu simples e humilde blogue, mas deixa-me sempre sem a possibilidade de lhe agradecer por via electrónica, como era e é meu desejo, pois se esconde (numa humildade desconcertante) sob a palavra. anonimusbloggers.

Que argumento pró e contra acrescentar às postagens? Elas, é minha intenção, subentendidamente deixarem – apenas e só – algumas breves pistas para que cada um se debruce sobre os assuntos em apreço de modo a que o raciocínio seja posto à prova por quem me honra com a leitura destas minhas modestas e pobres tretas.

No entanto, sei-o – não é arrogância, é constatação – alguma coisa fica! – Diria e bem Voltaire.

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