sexta-feira, setembro 22, 2006

Música eterna

Valha-nos Santo António!

Esta musiquinha que chega aos nossos ouvidos faz-nos lembrar uma época pouco digna da história da humanidade: a II Guerra Mundial (1939/1945). A música do Glen Miller que roda no prato do gira-discos, não é culpada de nada, só de nos trazer à memória factos que se passaram na nossa infância e que nunca deveriam ter acontecido. Mas foi útil. É sempre útil e, sobretudo, agradável escutar o Glen e a sua fabulosa orquestra, seja o tema qual for. Os anos da guerra e dos pós guerra, marcaram uma geração e essas músicas ficaram a servir de traço de união entre o passado e o futuro. O passado foi uma triste e vergonhosa realidade, é bem verdade, mas que, por isso mesmo, como lição, não pode ser olvidado. O futuro que desejamos (embora, por ora, saibamos impossível) seja de grande amor e de muita esperança num Mundo melhor.

Segredam-nos que estamos a esquecer o presente. Nada disso. É que o presente está a ser vivido numa angústia tão evidentemente sentida, que o julgamos um abismo profundo e difícil de escalar, a ponto de temermos encará-lo de frente, pois ainda escorre sangue das feridas feitas no passado recente. Quando, em finais do século XX e já ao transpor das portas do século da informática e da “aldeia global”, ainda se matam homens, em execuções arbitrárias e impiedosas, por defenderem os seus ideais políticos e religiosos e, o que é pior, por terem cor de pele diferente dos seus algozes, é bem melhor riscarmos do mapa sequencial da vida esse presente que nos enoja e envergonha.

O Glen Miller, ao compor as suas músicas, tinha razão: afinal o passado, entre toda a maldade dos nazis e dos fascistas de todo o Mundo, ainda teve gente boa capaz de lutar, compondo, tocando e cantando, pelo tal Mundo melhor que, apocalipticamente, está profetizado, depois que se sofram as dores da necessária depuração.

Obrigado Glen, pelos sons que nos legaste, pois permitiram que, usando-os, possamos tecer considerações sobre a cronologia e os seus efeitos numa humanidade que quer vir a ser feliz e que, para isso, não se esquiva a lutas e trabalhos sem medida.

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