Sempre que um grupo de indivíduos – não importa se muitos, se poucos – coabitam num mesmo espaço – dizem psicólogos e sociólogos famosos – deve procurar-se criar em todos eles um verdadeiro espírito de comunidade pacífica e cooperante em todas as vivências e actividades de convívio humano. Esse espírito comunitário, quando devidamente trabalhado e desenvolvido, deve transformar-se em sentido de família, com todas as implicações do próprio termo. E quando existe uma família tem de existir, em todos os elementos do agregado, um autêntico e sincero sentido de solidariedade.
Solidariedade é, no caso familiar, a preocupação no bem-estar uns dos outros, quer na vivência colectiva dos problemas ou dificuldades, quer tendo como objectivo a sua minimização ou, se possível, eliminação. Mais, sentido de família é partilha de espaços, sofrimentos, alegrias e lutas no dia a dia. A partilha implica ainda a entreajuda na execução de tarefas que resultam sempre no bem-estar comum. Este natural partilhar de tarefas não é, de modo algum, o aproveitamento do trabalho de outros em proveito próprio, mas da comunidade que o mesmo é dizer: da família. Mau é o pai ou a mãe que não peça colaboração aos que ama e que não os incentive a ser coesos e solícitos na entreajuda da vida doméstica. Chama-se a essa entreajuda formação ou (se quiserem) educação democrática e comunitária. É pela formação e educação democrática comunitária que se reabilita o ser humano para que, cabalmente e sem dificuldade, se possa integrar no trabalho e na sociedade em que vier a ser inserido.
Mas… infelizmente, há famílias e, até, Instituições que assim não pensam e assim não fazem. São corpos e almas amorfas que existem para cumprir interesses pessoais seus e dos funcionários (no caso das instituições), esquecendo, por completo, os restantes indivíduos que constituem o agregado e que, pedagogicamente, precisam de ser instruídas pela via do “bom” exemplo.
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