Nunca fui, nem nunca poderia ser – dado o meu conceito de que ninguém é perfeito ou dono da verdade – favorável à questão da “infalibilidade papal”, por isso não me surpreendi com o falhanço de Ratzinger, na lição de sapiência que proferiu, na (sua) Alemanha natal, e que está a dar problemas aos cristãos em tantas partes do Mundo.
O que se passou, não podia, nem devia ter acontecido! Bento XVI é um líder e um líder tem sempre – creio eu – que ser comedido nas palavras e nos actos. Mesmo que o que diz ou faz seja na melhor das intenções. Há que ter cuidado, não vá a afirmação ou a atitude ser sujeita a “um mal-entendido” e, daí, aparecerem – desnecessariamente – as más interpretações que levam a situações de revolta colectiva, as quais podem trazer (trazem sempre) consequências trágicas.
Um líder, quando tem de dizer ou fazer seja o que for importante, deve, primeiro, ouvir a opinião de seus conselheiros para evitar situações como a que está a ocorrer com a Igreja Católica Romana. Salvo se, por medo ou outro qualquer sentimento menos puro, esses conselheiros forem, apenas, aduladores e só souberem dizer sim, sim, sim, que também, infelizmente, há disso.
Ratzinger falhou – porque por mais que diga que só fez uma “citação” não consegue convencer ninguém, pois, de contrário, não a faria, orientava o seu discurso noutra direcção. Há coisas que, de acordo com a conjuntura de cada momento, têm de ser evitadas –, mas, bem pior que tudo isso, não vejo, nem sinto que o papa tenha humildade para, de uma forma brilhante e muito airosa, descalçar a bota e sacudir a pedrinha (ou pedregulho) que dificulta a sua marcha e o poderá levar avante sem mais incidentes de percurso. Queira Deus que eu esteja bem enganado para bem dos cristãos e, concomitantemente, de toda a humanidade!
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