Disseram, as entidades oficiais norte americanas, que nas Torres Gémeas de New Iork, em 11 de Setembro de 2001, pereceram 2828 pessoas.
Fico pensativo a olhar para tal número. Não por o achar demasiado grande, mas, pelo contrário, por ao olhar para todas as circunstâncias, o julgar demasiado pequeno. E a pergunta surge incisiva e dolorosa: será?
Quando ainda estava no activo jornalístico e tive de cobrir o choque de comboios de Alcafache, também, os serviços oficiais deram um número que me causou dúvidas (muitas mesmo).
Eu bem vi aquela amalgama de ferros calcinados e torcidos, pelo calor e pela violência do impacto, e, na manhã seguinte, dentre os escombros da tragédia, bem vi – repito - e apanhei, conjuntamente com os bombeiros e com alguns populares, para além de pedaços de carne, de cabelos e roupas ensanguentadas de corpos destroçados, muitos Bilhetes de Identidade, Passaportes e outros documentos que pertenciam a vítimas do desastre – o maior que relatei em toda a minha carreira de jornalista e foram 40 longos e trabalhosos anos.
Nestes casos, os números existem e são resultantes do que é visível e palpável. No entanto, sei-o agora pela minha experiência profissional e de vida, ficam sempre muito aquém da estatística.
Por isso, no caso do “apocalipse das Torres Gémeas” é-me lícito que ponha sérias reservas e, por isso, pergunte: 2828 mortos, será?...
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