O Professor Doutor Agostinho da Silva dizia que nunca uma folha de papel em branco o assustara, pois sempre tinha algo com que a encher.
Havia sempre, mas sempre, uma ideia, ainda que incipiente e tosca, para ser tratada e desenvolvida de modo a tornar-se numa linha de pensamento e ou de vida, a merecer vir a ser inscrita na (tal) brancura do papel.
Quando, hoje, me sentei frente ao computador, parecia-me que iria deixar em branco a tela do visor da máquina. Mas não! Quando me apercebi tinha já escrito um poema que, pelas imagens e palavras usadas, faz lembrar, num ténue laivo, o bíblico “Cântico dos Cânticos”.
É sempre assim!
O homem julga-se vazio, todavia porque o seu cérebro nunca pára, algo, mesmo minúsculo, pode (e tem de) sair. É natural que seja algo pouco relevante, contudo é fruto do pensamento dum ser humano. Logo é importante.
Muitas vezes os disparates e as insignificâncias, pela sua simplicidade, são peças fundamentais na compreensão do indivíduo e da sociedade em que está inserido, pois revelam conceitos e princípios que, algumas vezes até, são lições de vida.
Gostaria que sempre assim sucedesse e que os meus pensamentos fluíssem corrente e coerentemente sobretudo para meu bem e, por reflexo desse bem-estar, dos que me rodeiam ou lêem.
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