Ei-la! Aí esta ela outra vez!
Traz o vestido mais bonito que tinha guardado na arca secular. Enfeitou-se de fitas e laços de muitas cores e colocou no tocado mil estrelas luzentes. O rosto maquilhou-o, cuidadosamente, cobrindo rugas dos muitos séculos de vida e tornou-se menina – menina bonita e muito querida dos visienses que, em Agosto/Setembro, se envaidecem com ela. Estamos a falar da nossa Feira de S. Mateus – a Feira Franca de Viseu, como vulgarmente é conhecida.
A sua importância – reconhecida pelos feirantes – vem-lhe, obviamente, da sua vetustez (sabe-se que já existia antes do Rei Lavrador que lhe deu foral e regalias de vária ordem), mas, também e sobretudo, porque se realiza no grande encontro de vias da zona centro, sendo acessível às gentes da raia, do literal e das margens do Douro e do Mondego, que a visitam para conhecerem o certame e para se divertirem com os espectáculos e folguedos do seu vasto parque de diversões.
Se a sua importância lhe advém das razões já apontadas, não é menos verdade e não deixa de pesar, fortemente, na balança, o facto de ser a que apresenta um dos mais altos índices de negócios realizados, quer de imediato, quer a longo prazo, através de encomenda a executar posteriormente, dando, desse modo, trabalho aos operários das fábricas que, à feira, trazem a mostra das suas produções que passam pelo mobiliário, pelos artefactos cerâmicos, metalúrgicos e muitos outros de fastidiosa enumeração.
Mas a Feira é, especialmente, do povo e para o povo e seria heresia olvidar as mostras de artesanato e não referir as exibições do Folclore Regional e Nacional que tantos romeiros arrastam consigo.
A Feira é sempre a Feira! Viva, pois a Feira e quem, esforçadamente, todos os anos, lhe dá vida, tornando-a sempre nova e sempre bonita e sedutora!
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