segunda-feira, dezembro 12, 2011

À prta da Cegueira

Minha visão vai fugindo,

Em névoa de que não gosto:

O gozo de ler, sumido

O sonho em que mais aposto.

Meus olhos me vão traindo,

Com um véu de que não gosto:

A beleza destruindo

Na dor em que não aposto.

Ai, pobres e bons olhos,

Que me livraram de escolhos,

Conservai-vos por uns anos!

Suspendei os rudes danos

P’ra que torne a ser feliz,

Como quando era petiz!

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