A vida dos velhos é, quase sempre, feita de lembranças, talvez por isso, os indianos dizem que “quando morre um velho, arde uma biblioteca”.
De certo modo, é verdade. E tanto assim é que o Povo diz, que «o Diabo sabe muito porque é velho.» No que achamos ter razão, pois quanto mais velha é a pessoa maior é, também e naturalmente, a sua sabedoria. A inteligência revela-se quando a capacidade de discernir se combina com uma excelente memória. As crianças aprendem e guardam recordações que, em dados instantes, lhe permitem, por comparação, inconsciente ou subconscientemente, tomar decisões e realizar tarefas.
Desta forma, muito mal vai quando nos esquecemos de coisas, actos e sensações vividas e que foram (são) fundamentais para a sobrevivência neste mundo tão agreste, porque tão corrosivo e tão cheio de armadilhas que a todo o momento nos podem molestar ou mesmo destruir.
Um povo (nação) sem memória é algo amorfo, vai ao sabor da aragem, sem rumo definido e sem objectivos, previamente, estudados, pesando o bom e o mau e decidindo correctamente através da análise lógica dos acontecimentos passados.
È preciso que hajam lembranças, não para, de forma mórbida e doentia, partirmos o pescoço a olhar para trás, mas para tirarmos ilações e cuidarmos de nos defender do que possa afectar-nos no presente e no futuro.
– Ó gente, sede esperançosa, usando as vossa recordações!
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