Se ainda estivesse entre nós, o homem que me criou e me amou e que eu também amei duma forma profunda e sincera e a quem chamava de pai, faria hoje – dia de S. Martinho –, por volta das 17.00 horas, cem anos (um século).
Mestre Campos, finou-se há 17 anos, mas eu ainda conservo o quanto, quer técnica, quer humanamente de bom e, creio-o, os imensos operários da Serralharia Mecânica que foram seus discípulos e/ou colegas de trabalho, também conservam o que, paciente e com autêntico sentido pedagógico, nos ensinou.
Mestre Campos – pela sua alta qualidade técnico-profissional – foi figura grande no panorama Industrial da Cidade de Viseu, como trabalhador por conta de outrem e, mais tarde, por conta própria.
Mestre diplomado, pela Escola Técnica Sá da Bandeira de Lourenço Marques (Maputo), por razões de ordem ideológica (foi grevista dos Caminhos de Ferro de Benguela), não conseguiu, em Portugal, ser admitido, nessa qualidade, na Escola Industrial e Comercial de Viseu. Enfim, coisas do Regime Salazarista, então vigente e, subservientemente, seguido na Cidade de Viseu, por essa altura (e ainda hoje), covil duma Direita Política intolerante, mesquinha, reaccionária e… tremendamente fascista.
Quando outros menos sabedores e menos importantes na paisagem Industrial viseense, daquela época, têm seu nome numa rua, ele – o maior de todos – está, injustamente, esquecido.
Que terra esta, Santo Deus!...
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