Quando passam alguns anos sem se ver alguém com quem contactamos muito de perto e, de certo modo, até tivemos uma verdadeira relação de amizade, notamos sempre alguma diferença, quer seja porque envelheceu, quer porque amadureceu ou ainda porque se tornou mais arrogante ou mais humilde.
Essa diferença é mesmo, de uma forma ou de outra, sempre evidente. Mas, também, por uma delicadeza protocolar e, em muitos casos, estúpida, ainda há quem, hipocritamente, diga que “estás na mesma, o tempo não passa por ti!” É claro que esta é uma mentira super vulgar e é, sobretudo, uma cegueira voluntária pouco aceitável, pois tudo tem limites, até a mentira piedosa.
As rapariguinhas que conhecemos no alvorecer da puberdade e que encontramos anos mais tarde, ou se tornaram em belas e apetitosas mulheres, ou viraram matronas desajeitadas e nada atraentes. Com os rapazes sucede outro tanto.
Por isso não há que olhar ao aspecto físico e sim, à fisionomia interior de cada uma das pessoas que revemos, depois de um longo hiato na sua visibilidade.
O que importa é o intelecto, os sentimentos e forma de Estar e de Ser. Quem era extrovertido pode ter-se tornado, contra todas as expectativas, num macambúzio enfadonho e o inverso (para esconder traumas duma vida difícil) também pode suceder.
No meio disto o que me entusiasma é o facto de o Tempo” ser uma ferramenta sublime – dada pela Energia Transcendental que nos rege e tudo comanda –, capaz de amortecer as dores que nos tocaram no corpo ou na alma e, sublinhe-se, de transformar vidas e forma de interpretar os semelhantes e o mundo em que cada qual está inserido.
Contudo, e por mais que nos doa, nem sempre o “tempo” é condescendente e favorável e, então, as coisas, em vez de melhorarem e passarem a ser belas e saborosas, produzem efeitos adversos e demasiado perniciosos.
- É a vida! – Dirão
Não! Não é! O que é, é a nossa incapacidade de luta e de força para virarmos o que nos é prejudicial e é – vinque-se – o não querermos levantar a cabeça, para seguirmos em frente certos da vitória e de que, com persistência, atingiremos metas elevadas e seremos muito melhores do que éramos há uns asnos atrás. Ou não será?...
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