Há uns artigos atrás, falei na questão a formação de Professores para o Ensino Especial dizendo que não entendia muito bem das razões que levaram á eliminação ou a redução dessa formação tão importante.
Nem de propósito! Pois os últimos noticiários das Televisões têm vindo a dar conta de que o Estado pretende acabar com as Escolas de Especial integrando esses alunos no chamado ensino normal, dando-lhes, entretanto, o apoio de que precisarem, através de docente para isso qualificados.
E, aqui, surgem duas perguntas: onde estão esses professores se acabou a formação em Ensino Especial? E esses meninos, com outro ritmo de aprendizagem, não irão prejudicar os restantes ficando, também eles, seriamente, prejudicados?
Quanto à primeira questão pode-se, naturalmente, dizer que basta transferir os actuais professores das Escolas de Ensino Especial para as Escolas do dito Ensino Normal, ficando eles com o encargo de, nas suas áreas de especialização, garantirem o apoio necessário aos alunos com deficiência. Se assim for, do mal o menos!...
No que concerne à segunda interrogação, confesso que não tenho (creio que ninguém, com algum conhecimento na matéria, tem) uma resposta cabal para o problema, já que se levantam realidades tão palpáveis, mas ao mesmo tempo imprevisíveis que nem sequer se vislumbram.
E, no meio de tudo isto, quem acaba na “mó de baixo” é, infelizmente, a pessoa com deficiência. Primeiro porque não se lhe adequam condições espaciais. Segundo porque, mesmo transferindo docentes, acabará por haver, nesse caso muito mais, insuficiência de trabalhadores de ensino e de acção educativa necessários à especificidade de cada um desses alunos.
Isto são, de certeza, pontos que o Estado - como pessoa fria que é, falo com conhecimento de causa – não considerou e que é fundamental ter em conta no âmbito da escolaridade e da educação especial e (até) geral dos cidadãos.
O tempo o dirá!
Contudo, do alto da minha cátedra de pessoa com deficiência e ampla experiência nesse campo, sempre direi que a razão está do lado de todos aqueles que, diariamente (pais, professores, técnicos, auxiliares e dirigentes de Instituições), vivem com e no meio dessa vastíssima problemática.
Quando uma vestimenta se rompe não basta remendar, para que não digam que «foi pior a emenda que o soneto», é preciso preparar a sua substituição por uma nova, mais resistente e bonita.
Por isso, é importante e necessário estudar bem a decisão a tomar, porque se voltarmos a usar do mesmo pano sem olhar às conjunturas da sociedade e da vida, tudo voltará, de novo, ao início, só que, desta vez, com muito maiores e mais graves resultados.
Quem tiver mente, que entenda!...
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