Diziam os “antigos: «Ano Novo – Vida Nova»! No que eu, sem saber porquê, nunca fui capaz de acreditar. Também nunca consegui ver qualquer mudança a não ser nos dígitos do calendário que me fizesse acreditar em tal asserção.
As ervas continuavam a crescer como há milhões de anos; as alimárias alimentavam-se como sempre; o vento soprou como toda a vida bufou; as águas nos ribeiros cantaram do mesmo modo como soaram; os homens continuaram bons ou maus como sempre fora, e é, de seu feitio; as empresas fechavam ou abriam as contas à moda do tempo dos mercadores fenícios.
«Ano Novo – Vida Nova!» Em quê e por quê?
Talvez nas intenções – pensava eu – mas não via alterações. O Mundo seguia seu trajecto pelo espaço – diziam que infinito – e as estações do ano lá se iam sucedendo numa cadência cronométrica impressionante e sempre igual.
Por que caiem os homens em formas idiomáticas sem nexo – autênticos chavões linguísticos bonitos de ouvir – mas nulos de sentido e de consequências irrealizáveis?
Fiquemos por aqui, a nossa “estupidez” não dá para mais e, portanto, o melhor é esperar que este 2008, seja menos agressivo que o anterior, embora, de antemão, saibamos que tal não sucederá., pois o “Deus Marte” não alterou seus princípios e regras éticas, de besta sempre disposta a criar e a alimentar conflitos.
Ao menos reste-nos uma esperança em que, nem sequer acreditamos, porém necessitamos dela como “de pão para a boca”!
«… Fiat voluntas tua!...»
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