Como se viu no escrito anterior, o nascimento de Jesus Cristo não se deu numa estalagem por falta de espaço, mas por falta de recato para tão importante acto da vida humana.
Também não é verdade que o Menino tenha sido enrolado em faixas de pano, por falta das devidas e apropriadas roupinhas. Não foi assim por várias ordens de razões.
A primeira é que ainda, nos dias de hoje, se envolve a barriguinha dos recém-nascidos, com uma ligadura como medida de precaução, de modo a evitar que o choro do bebé possa causar quaisquer danos ao umbigo, em fase de cicatrização.
A segunda é que não vamos ser tão ignorantes a ponto de acreditarmos que Maria e José eram tão descuidados e ingénuos, a ponto de se meterem a caminho sem, previamente, se precaverem com o indispensável a uma eventual possibilidade de o parto ocorrer a cada instante daquela viagem.
Por último a apregoada extrema pobreza da família não passa de um mito, criado, aos longo dos séculos e (sabe-se lá) das conveniências das imensas traduções dos evangelhos, já que José era um industrial de carpintaria e Maria herdeira de um funcionário do templo, o que, nessa época, correspondia à classe média dos nossos dias.
Certamente que não eram, de forma alguma, uns ricalhaços nababos – como soa dizer-se agora –, mas eram pessoas com possibilidade de viverem sem grandes dificuldades ou escassez de recursos económicos e humanos. Tenhamos disto consciência e reponha-se assim, honestamente, a necessária verdade à história do Cristianismo.
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