sábado, novembro 17, 2007

A Juventude e o álcool

Em 1946, tinha então 9 anos – lembro-me muito bem, como se fosse hoje –, havia (imaginem só), na sala de aulas da escola que eu frequentava um cartaz que, simplesmente, em letras garrafais, dizia: «beber vinho é dar de comer a mais de um milhão de portugueses»

Não faço ideia nenhuma de quem ali terá colocado e porquê tal cartaz. A professora – boa senhora, sempre diligente com o bem-estar e progresso dos seus alunos – aposto que não foi. Mas que ele lá estava (como se aquele lugar fosse uma taberna), não sei como negá-lo.

Creio que a intenção do cartaz era dizer que, na agricultura da vinha, laborava, nessa altura, em Portugal, mais de um milhão de trabalhadores e, talvez – digo eu –, estimular a um menor consumo de cerveja que, nessa época, era uma indústria com pouco significado no país.

Fossem quais fossem os objectivos do cartaz e de quem “obrigou” a nossa Mestra a expô-lo naquela parede, junto a diverso material didáctico, a verdade é que ele lá estava a incentivar a um consumo que, para nós miúdos, era pernicioso e de efeitos pedagógicos desastrosos.

Bem sei que poderá haver quem discorde desta minha última asserção, pois, sem tal ou tais cartazes, os jovens de hoje iniciam-se no álcool demasiado cedo, tolhendo o seu desenvolvimento físico e psíquico de forma bem evidente e não menos assustadora.

Ao que se vê, nas estatísticas, o consumo precoce de bebidas alcoólicas é motivo de séria preocupação para educadores, políticos e governantes, já que, daí, pode-se comprometer o futuro e, sobretudo, a vida dos que vierem a seguir aos nossos filhos e netos.

E a pergunta surge cruel e implacável: que fazer para solucionar o problema, de forma eficaz e definitiva?

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