sábado, março 10, 2007

Considerações sobre sexualidade

«Não há Bela sem senão!» – Soa dizer-se com frequência. Pois é! Ás vezes os ídolos também «têm pés de barro» e quebram em certas circunstâncias. Estou a referir-me a Gandhi – defensor e cultor da não-violência – que, sendo um homem inteligente, tinha, no entanto, preconceitos de ordem sexual completamente desajustados com a sua estatura política, moral e intelectual. Havia nele, nesse campo, uma fortíssima influência da sua instrução inglesa, ainda, doentiamente, regida pelos austeros princípios ideológicos da época vitoriana.

Gandhi ainda pensava, apesar de ser pai de quatro filhos, que «o acto reprodutor era o desperdiçar dos fluidos corporais necessários à criatividade e á produção laboral.» Ele não entendia a sexualidade como uma forma de libertar tensões físicas e psíquicas, erguendo o Ego e, daí, elevando a auto-estima pela qual é aumentada a criatividade e, em consequência, a produtividade. Era apologista e seguidor do celibato, mesmo no matrimónio, como «forma de elevação espiritual».

Isto – prova-o hoje a ciência – é um verdadeiro contra-senso, porque quem tem a sua auto-estima em baixo não é, de modo algum, capaz de se elevar espiritualmente e só pode é vir a cair em depressão.

Deus quando activou, no ser humano, a sexualidade sabia bem aquilo que estava a fazer!...

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