Há dias li – numa revista sobre ciência, que, religiosamente, compro mensalmente, para tentar, mormente os meus 70 Invernos, a completar na próxima 5ª feira, dia 1, manter-me actualizado e, mentalmente, em forma – esta frase sublime do Dalai Lama: «Entender a natureza da realidade é possível através da investigação critica: se a análise científica demonstra, de forma conclusiva, que determinadas afirmações do Budismo são falsas, devemos abandonar esses conceitos.»
Para um líder religioso tal forma de pensamento revela que é um homem humilde, mas sobretudo corajoso e muito honesto. Na verdade, ele despe-se de fanatismo balofo e fundamentalista para dar lugar a um indivíduo carregado de bom senso, sem trair a força da sua crença religiosa ou modo de estar no mundo e na vida.
Quando nos mostram que um pau não é uma pedra, é preciso encarar, com todo o bom senso, essa verdade e mudar modos de pensamento e acção e não teimar, estúpida e fanaticamente, no erro, como fazem muitos lideres religiosos e políticos por esse mundo fora. Daí surge a violência verbal, física e psicológica sobre quem tem a ousadia de ter outros conceitos e outras posturas. Foi por isso que surgiu, num passado não muito distante, a Inquisição que envergonha a igreja católica e os seus fiéis. É por isso que existem organizações terroristas que causam o pânico em muitos lugares e a multidões de seres humanos.
Ninguém é perfeito, bem o sabemos, mas é preciso, é urgente modificar – tal como o subentendeu o Dalai Lama – tudo aquilo que reconhecemos ser um erro e, desse modo, mudarmos nossas atitudes a bem de nós mesmos e de quantos, connosco, calcorreiam este nosso conturbado planeta.
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