Sou tal qual Antóni’ Aleixo,
Canto, sofro e não me queixo.
El’ ‘stava tuberculoso,
Mas seguiu firme e garboso
‘té, um dia, vir a morte
Que mudou a sua sorte,
Tornando-o mui louvado
Por quem fora desprezado.
Também eu não temo a morte,
Pois já vivo na má sorte
E a cair no esquecimento,
Por não darem valimento
Ao que escrevo nesta vida
– Que passou breve e dorida –
Deixando-me insatisfeito,
Com tal falta de respeito.
Eu sei bem o quanto valho
E não refugo o trabalho,
Todo feito com amor,
Sacrifício e muita dor,
No frenesim criativo
De Homem ainda vivo.
Postumamente direi,
Acreditem, porque sei:
– Sou tal qual Antóni’ Aleixo,
Canto, sofro e sim… me queixo!...
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