«In ilo tempore» (naquele tempo)… Meu avô paterno, costumava dizer, ao referir-se á sua juventude, «no meu tempo»…
Assim sendo, eu direi no meu tempo havia muita mín-gua: fome, frio e desemprego, só no campo havia tra-balho a preços de miséria. Na cidade valia a muitos a “sopa dos pobres” que o Bispo da Diocese instituíra para obviar a tanta carência. Os meninos nas escolas tiritavam sem agasalhos e com a barriga a dar horas. O panorama era desesperantemente triste. Mas, por mor da ditadura que dava para o exterior imagem de abas-tança, todos se calavam rilhando, como podiam, as suas dores.
A paisagem actual, com o desemprego, não é melhor, só que, agora, ainda temos a possibilidade (Direito) de gritarmos e chorarmos alto o nosso sofrimento. Ao menos valha.nos isso!...
E… por aqui me quedo.
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