Ó meu Estro, calai todas as musas
Que me segredam versos ao ouvido
E me relembram coisas com sentido,
Embora algumas delas bem obtusas!
Ó meu Sonho, calai as semifusas
Da música cantada em som perdido
Que vai enchendo o meu já pobre ouvido
Com colcheias e mil coisas confusas!
Meus olhos já não podem escrever
As cantigas assim tão bem ditadas
E, por isso, se esvai todo o prazer.
Calai as minhas Musas veneradas,
Pois a visão já não as acompanha
E eu me quedo em tristeza mui tamanha!vvv
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