Contavam os nossos passados que as festas dos Santos populares, de Verão, nas terras beirãs eram, efectivamente, coisa séria e de arromba. Havia rusgas; cegarregas; fogueiras, com rosmaninho, para saltar e “tirar a ronha”; havia baile ao toque da concertina, da viola e da rabeca, no Rossio das aldeias, e… também, com alguma frequência, traulitada “de criar bicho”, para “acerto de velhas contas” resultantes de reixas passionais e/ou de ancestrais vendettas familiares, não sendo raro haver cabeças rachadas e “tripas ao Sol”, a golpes de naifa de ponta e mola.
E diziam ainda, com convicção, quase selvagem, que isso é que era o vero divertimento popular.
Esta realidade, felizmente – refiro-me às cenas de violência –, já não existe ou é tão rara (valha-nos, ao menos, nisso o Bom Deus!...) que quando acontecem são alvo de severa e justa punição.
Tudo que é violência e selvajaria é digno de ser castigado e banido dos hábitos sociais dos homens, dos nossos dias, que se dizem (e julgam) civilizados.
Porque creio que todos os meus leitores estão a aplaudir, entusiasmados, estas minhas modestas e mal alinhavadas afirmações, eu entro em provocação e pergunto, sem rodeios:
Então, se a violência, a selvajaria, os maus-tratos e o sangue devem (e têm) de ser duramente punidos e erradicados da face da Terra, por quê ainda Touradas e lutas de cães e galos e de seres humanos também?...
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