Se a vida muda a todo o momento – como, aliás, tenho vindo a dizer com certa frequência – por que não hão-de os políticos e as políticas mudar suas atitudes e técnicas de gerência das sociedades que representam (ou deviam representar)?
Talvez, esteja a ser um tanto ignorante ao afirmar que não concordo – de modo nenhum – com o Presidente da República quando diz que os jovens, na sua maioria, não demonstram interesse pela política. E não concordo porque o que se observa não é o desinteresse dos jovens, mas, ao contrário, o que se vê é o apego dos mais velhos (políticos ultrapassados no tempo) aos privilégios alcançados e, por isso, já sem ideias e, o que é bem pior, sem ideais novos para, de forma sublime, alterarem o rumo de catástrofe social para onde, lamentável e visivelmente, caminhamos dia após dia.
A Juventude – è claro e está claro – tem interesse pela actividade política da comunidade em que se insere, mas, é mais que evidente, não pode, nem deve pactuar com o modo “economicismo” desenfreado com que os políticos gerem, actualmente, a “res pública”, colocando o lucro acima dos verdadeiros interesses e necessidades dos cidadãos, atirando-os, irremediavelmente, para o desemprego; para a precariedade no trabalho; para a insegurança no ensino, na saúde, na justiça, nas ruas, levando, com isso, ao empobrecimento económico do indivíduo e criando a bipolarização das classes: os pobres e os muito ricos.
Não! Não é nada disso que os jovens querem e precisam!... O que os move é uma sociedade equitativa em direitos e deveres. Os jovens querem e precisam de Ser e Estar e jamais a desigualdade em que já se vive e que se agravará se não mudarem as políticas e os seus mentores, retrógrados e camonianamente “velhos do Restelo”.
Assim o que é preciso e urgente – muito urgente mesmo – é valorizar a Juventude e possibilitar-lhe novas sendas e novos lugares de cidadania total.
1 comentário:
Muito prazer José!
Me chamo Alison Lima, tenho 25 anos de idade, e sou um jovem com sentimento revolucionário com a urgência que você retratou em seu post. Estava aqui na internet estudando um pouco a juventude brasileira e me deparei com seu blog. Então, em primeiro lugar, parabéns por suas publicações. Continue escrevendo, pois acredito que as palavras elas sempre alcançam o ser que as procuram de uma forma ou de outra.
Sou estudante de administração, sou produtor cultural, ator, microempresário, e ainda não sei o que sou. Como diria Fernando Pessoa: - ...Não sou nada,nunca serei nada, não posso querer ser nada. A partir disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..."
Sou ligado a política, não por imposição de alguém, mas por acreditar que sou, verdadeiramente, importante para que consigamos transformar o Brasil que temos, no Brasil que queremos. Aqui em minha cidade, Resende (RJ), os jovens totalizam mais de 30% da população. Em tempos de eleição, como eu lhe disse, estou estudando para que com inteligência eu consiga descobrir, de alguma forma, como sensibilizar os jovens e fazer com que participem dessa eleição como agentes de transformação.
Desculpe, eu falo demais. Porém, em uma oportunidade, gostaria de ouvir mais vezes sua opinião sobre o tema. A juventude tem uma grande aversão a política, eu também tenho, mas ainda sim busco essa transformação de atitude e posicionamento. Pois senão, a política nunca poderá se orgulhar de ser um ofício importante, ético, que demanda inteligência, técnica, comprometimento, responsabilidade, etc..
José, não sou político, mas se eu descobrir uma forma de integrar a juventude para a transição dessa política de renovação eu farei. Pois me engrandeço com a possibilidade de fazer parte desse grupo capaz de mudar o MUNDO.
Deixo para você, José Calema, uma mensagem que saberá refletir sua essência...
De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.
(Rui Barbosa)
Grande abraço, se puder responder será um prazer. tiagorodrigues.lima@hotmail.com
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