Na realidade, os séculos XX e (agora ainda mais) o XXI, são a era da comunicação rápida, para não dizer imediata, a nível global. Um facto passado nos confins do Mundo, no presente, chega a nossas casas em menos de um ai, pondo-nos ao corrente do que, de outro modo, só muito mais tarde ou mesmo nunca o saberíamos.
Isso se por um lado é bom, por outro pode ser muito mau, não pela notícia em si, mas pelas implicações que, muitas vezes, daí advêm.
As pessoas, por ignorância, umas vezes; por snobismo, outras e por tendência para darem nas vistas, umas quantas, copiam o que ouvem e vêm, adoptando modas e atitudes que nada têm a ver com a sua cultura, tradição e forma de estar na comunidade em que se inserem.
Vem isto a propósito de ontem, como é habitual, ter ido dar uma volta à minha cidade e, na rua principal do centro, me ver, de repente, envolvido por uma multidão de garotos vestidos de bruxos e feiticeiras, encabeçados por um barulhento diabo, em andas, para ficar mais alto, que, ruidosamente se divertiam criando uns momentos de grande confusão em quem, àquela hora, por ali circulava em seus normais afazeres.
Que foi divertido, lá isso, foi! Que foi uma brincadeira saudável é inegável!
Porém o “Dia das Bruxas” nada tem a ver com a nossa tradição e cultura. Foi algo importado, graças à televisão, dos países anglo-saxónicos.
Da nossa cultura e da nossa tradição, ainda que com raiz celta, essa sim, é a Festa do Início do Inverno ou seja, o 11 de Novembro, mais conhecido pelo Dia dos Magustos ou de S. Martinho, em que, nalgumas localidades do nosso país, os rapazes, em idade púbere, andam, em bandos, pelas ruas, mascarados e com chocalhos, atazanando as moças com quem se cruzam e que também saiem para festejar.
Por mim, tudo é bom se não se esquecer, entretanto, o que é, de facto, nosso. Como diz um anúncio televisivo: «o que é nacional é bom!» e, acrescento eu, deve ser, devidamente, preservado.
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