segunda-feira, abril 15, 2013

Salmo Actual


Ó Gentes, orai
Por falta de amor;
Ó Povos, sonhai
Mil sonhos com dor,
Ó Nações, rezai,
Rezai ao Senhor!

Os Humanos desavindos
Agridem a toda a hora,
Violam acordos lindos
E tudo, tudo piora;
Quebram elos com valor
– Dum mundo já em escombros –
E, sem um Libertador,
Aguentam tudo em seus ombros
‘té que um dia chegue a Paz
Que virá por mais «mil anos»
Com o Amor de quem bem faz
E não castiga com danos.

Então – Tempo Salvador –:
Ó Gentes, cantai
O excesso de amor;
Ó Povos, sonhai
Mil sonhos sem dor,
Ó Nações, louvai,
Louvai o Senhor!

quinta-feira, abril 04, 2013

Memórias de menino - II Guerra Mundial




[Guerra;
Um temporal de loucura
E de incongruência pura.]

Ainda não entendia,
Porém sentia e sabia
Que a Guerra não era boa,
Para nenhuma pessoa;
A dor era epidemia
A alastrar sem terapia;
Todos eram sofredores,
Vencidos e vencedores;
A Ética e a Moral
Sumiram no temporal.
Me lembro. Eu era um garoto,
Não mimado, nem maroto.

Sorria sofridamente,
Mas não, nunca estava ausente
Ouvindo a rádio e os adultos
Que tinham muitos indultos,
No perceber dessa vida
Tão negra e descolorida
P’la mágoa e racionamento
Na boca e no sentimento:
«Isto não é p’ra crianças,
É cedo p’ra tais andanças
Me lembro. Eu era um garoto,
Não mimado, nem maroto.

Por quê tanta desavença,
Tanto erro e tanta descrença?
A guerra nada respeita
E a plebe é insatisfeita;
Aquilo que alguém constrói,
Logo, logo se destrói.
Na guerra, chora o menino
Faminto e sem ter Destino.
– Não queimem mais casa e palhas,
Acabem com as batalhas!
Me lembro. Eu era um garoto,
Não mimado, nem maroto.

Pelas minhas más lembranças,
Vou berrar, entre faianças
De gente mui “divertida”,
Mas que anda bem distraída:
– Rai’s parta a Guerra que vem
E nada, nada detém
Seu avanço, malquerente.
Vem do lendário Oriente,
Como o diz o “Apocalipse”,
Em um profético eclipse
Dos estros mais altaneiros
Que apagaram seus luzeiros!!!