quarta-feira, junho 29, 2011

Sé de Viseu - uma sugestão pertinente

Ao olharmos, no meio da nave principal da Sé de Viseu, para a mesa da eucaristia e seus acessórios litúrgicos, mandados erigir pelo falecido Bispo, D. António Monteiro, ficamos esmagados com tamanha agressão estético/visual.

Por mais que entenda a simbologia daquela pirâmide invertida que forma a ara do sacrifício e da que ladeia a tribuna da palavra, bem como toda a força e poder da cátedra, não deixo de discordar das exageradas dimensões das peças, pois toda aquela aglomeração de granito, em cor bem diversa do conjunto, retira proporcionalidade e beleza arquitectónico/decorativa a todo aquele magnífico e grandioso espaço românico/gótico/manuelino, destinado ao culto.

Pela Comunicação social, soube que a Sé Catedral de Viseu vai ser sujeita a obras de requalificação e consolidação estrutural e, por isso, acho que será a oportunidade soberana para se efectuar a respectiva e adequada correcção.

Como fazê-lo? Não sei, mas creio que um bom arquitecto/designer/decorador de interiores encontrará soluções fáceis e baratas para o problema.

O alvitre aqui fica. Haja vontade, porque o resto virá por acréscimo.

segunda-feira, junho 27, 2011

Lembranças...

Quando eu era menino e entravamos nos meses de Julho e Agosto, os mais afortunados da Cidade, que – diga-se – eram, apenas, uma muito escassa mão-cheia, debandavam, indo assentar arraiais, durante um mês, na Praia de Espinho.

Tomavam o comboio das 15.00 horas e “pouca terra, pouca terra”, observando as belezas do Vale do Vouga, chegavam, noite cerrada, à estação de Espinho, onde fretavam um “carregador” com sua carroça para levar as malas, maletas e sacos ao lugar em que se aboletavam com toda a família, incluindo o pessoal de serviço doméstico.

Sei que era assim, porque, a conselho de um médico, tive de ir a tratamentos de talassoterapia em balneário e, por isso, acompanhado por uma irmã de meu pai – que, por tudo e por nada, me puxava as orelhas – lá fui integrado na família Neto de Figueiró.

Nesse tempo (Verão de 1945) a Praia de Espinho tinha um belo e vasto areal que possibilitava aos veraneantes um bom espaço para exposição ao Sol, o que não sucede hoje, em que o areal diminuiu e o número de banhistas aumentou consideravelmente.

Velhos tempos, velhas pessoas, e… velhas, mas mui saudáveis lembranças!...

sexta-feira, junho 24, 2011

Haja Decência!...

Dizem que, por mor da “troika” – para o Estado, as autarquias, as instituições e todos nós – é imperioso e urgente haver contenção de custos em todas as actividades que se realizem, pois se torna importante pagar os empréstimos internacionais que nos foram (ou estão a ser) concedidos e também porque essa poupança pode vir a beneficiar, colectiva e singularmente, todos aqueles que, infelizmente, estão precisados de ajuda alimentar ou outra.

Mas, ao que se vê (e não devia ver), essa (tal) contenção é apenas uma falácia “para inglês ver”, já que a realidade é bem diversa e nada, mesmo nada, poupada, continuando-se a esbanjar rios de dinheiro em coisas fúteis.

Ainda ontem (véspera do) Dia de S. João, no Porto, através do canal 1 da R.T.P., vimos, à meia-noite, o exagero de despesa com quase 20 minutos de fogo de artifício. Foi lindo, sim senhor. Todavia – como diria o “Diácono Remédios", criado por Heman José – «não havia necessidade.» Cinco minutos seriam bastantes para festejar o Santo e deslumbrar os presentes. Com o resto do tempo, queimado em foguetório, ter-se-iam alimentado, vestido e acarinhado muitas crianças, mulheres e homens a carecerem desse apoio.

Francamente!... Haja um mínimo de noção da realidade. Os tempos não estão para faustosidades, seja elas quais forem. Haja decoro e não se ofenda quem tem carências!...

Sou “bota-de-elástico”?! Pois, neste caso, que o seja!...

quarta-feira, junho 22, 2011

... Uma dissertação acerca de...

Quem não sabe, não ensina. A mais das vezes, julgamo-nos senhores de todo o conhecimento e não usamos da humildade do filósofo grego Sócrates, ao afirmar o célebre «sei que nada sei.» E, então, para não se dar o braço a torcer, inventa-se. Mas essa “invenção” breve se revela coxa, porque, sem bases de conhecimento sólido, acaba por não ter pernas que a levem a lado nenhum.

Isto é quase uma verdade do Senhor De La Palisse – diga-se sem condicionantes – todavia, é a realidade palpável com que, a cada virar de esquina, nos deparamos e nos deixa confusos e… de certo modo, revoltados, pois os valores primordiais de nossa ancestral educação, vinculada e assente na solidariedade e no amor ao próximo, estão a ser (ou foram) lançados ao caixote do lixo.

E esta (mui triste) constatação é muito abrangente, já que não se confina ao mundo da política e dos políticos, todas as actividades e agentes da sociedade actual estão contaminados e essa “ferrugem” destruidora alastra sem freio que a pare. Daí que o Futuro se torne imprevisível e desanimador só ao pensar-se nele.

Felizmente que, no meio deste negro quadro, ainda há muito quem pense e proceda de modo inverso, pondo a humildade, a honestidade e a autenticidade em primeiro plano na sua forma de viver e conviver. É por isso que não podemos nunca perder a coragem, nem o dinamismo para prosseguirmos na dura e bela tarefa de pretendermos construir um mundo novo, feito de Amor e Paz.

segunda-feira, junho 20, 2011

Dúvidas Políticas

Quando se pretende adquirir algo, primeiro lê-se as informações do catálogo e, depois, faz-se o negócio, se as características do produto corresponderem ao que temos em vista.

Vem isto a propósito da figura do Ministro da Saúde, do novo Governo, que, por acaso, não é médico, nem possui habilitações académicas relacionadas com tal área do conhecimento científico.

Pois bem, também Maldonado Gonelha – um simples, mas digno e inteligente electricista – foi Ministro da Saúde e, ao inverso de quanto podia pensar-se, acabou por ser, até ao presente, (como afirmam, imensos comentaristas) o melhor de todos, após 25 de Abril de 1974.

Fazer juízos por antecipação, nem sempre é correcto, porque o que parece, às vezes, não é, e o inverso também tem toda a aplicação. O Ser Humano não nasce com rótulo, nem traz catálogo publicitário que defina suas qualidades e virtudes de aquisição e uso.

Nestes casos – sem deixar de se usar de isenção – o melhor é, naturalmente, esperar para ver no que as coisas darão.

Assim… (embora céptico quanto a um sistema político, claramente de Direita) resta-nos dizer como o cego: «Vamos a ver!...»

sexta-feira, junho 17, 2011

Memórias de uma Cidade

Durante todo o século XIX, princípio do século XX, a Rua Escura e suas imediações (incluindo a Rua Direita e quase toda a urbe antiga), era, em Viseu, o Centro Cívico da cidade. Lá existiam um teatro, algumas associações culturais e recreativas, salas de chá e café, muitas tabernas, bem como várias casas de pasto, onde as pessoas se encontravam para se divertir, comer, beber, conversar e até fazer negócios.

Os tempos mudaram. A Revolução Industrial, ainda que, por cá, muito tardia, a pouco e pouco, acabou com tudo isso. A Rua Escura e as que nela desembocavam, como a Rua das Quintãs, tornaram-se zonas habitacionais de operários e de gente menos favorecida, em que se instalaram, também, uns tantos famosos lupanares da região.

Nos finais dos anos 40 do século XX, altura a que cheguei à cidade, já só era válida essa memória na Rua Direita, Rua Nova (Augusto Hilário), Rua da Cadeia (D. Duarte) e muito pouco mais, pois o resto era já uma urbe a querer acompanhar o comboio do progresso propagandeado e estupidamente executado pelo Estado Novo, sob a batuta implacável e dura de um Salazar mais retrógrado e preconceituoso do que um “velho do Restelo”.

Depois, nos trinta e tal anos subsequentes, foi o evoluir tímido, muito envergonhado e receoso para novos conceitos de vida, de urbanismo, e de arquitectura social que, nalguns casos, aleijaram e desvirtuaram a Cidade que só começou a tomar a forma e o querer de hoje com o retorno à Liberdade, trazida pelo 25 de Abril de 1974.

quarta-feira, junho 15, 2011

Ainda "... Sobre o Fado"

«Pôr o Fado nos pícaros da Lua;» | mas não fazê-lo canto nacional, \ porque não é canção forte que actua | na hora mais amarga e radical.

O Fado é um cantar triste de rua, | onde nasceu, cresceu e tem aval, | porém não é a balsa que flutua | e nos salva dum grande temporal.

Tenha louros dourados na cabeça, | ou, simplesmente, palha seca e dura, | el’ não é uma força que mereça

Honrarias de nobre por bravura. | O Fado não faz Gesta Nacional, | e jamais dá o “Brado Impulsional”.

segunda-feira, junho 13, 2011

...Sobre o Fado

«…Pôr o Fado nos píncaros da Lua.» – Afirmou, do alto dos seus mais de noventa anos, o Professor/músico Joel Pina, para enaltecer a canção portuguesa, candidata a “Património Cultural da Humanidade”.

Pois bem! Cá por mim esclareço: Eu não considero o fado, nem o reconheço, de modo algum, como a “canção nacional”. E, por certo, muitíssimas pessoas pensam como eu, já que é tremendamente difícil admitir que uma canção lânguida, na música e no verso, possa ser o motor de um Povo que, ao longo dos séculos, com vontade e coragem inexcedíveis, escreveu tantas e tão gloriosas páginas da sua e da História Universal.

Para se vencer na vida é preciso possuir muito querer, muito arrojo, e muito entusiasmo. Coisas que não abundam em tal tipo de manifestação musical, em que a saudade e a tristeza, mesmo quando a falar de algo mais alegre, são a essência de toda a sua textura.

È verdade que escrevi, para um grupo de fadistas visienses, a letra de alguns dos fados que, vaidosamente, interpretam. Mas isso, embora não rejeite um fado bem cantado, não faz de mim um adulador incondicional do Fado, nem que o eleja como canção nacional.

Fado “Património Cultural da Humanidade” sim. Todavia, nada mais do que isso!...

sexta-feira, junho 10, 2011

Santos Populares

Estamos no início das comemorações dos chamados “Santos Populares”, sendo o primeiro Santo António (para nós de Lisboa, para os italianos de Pádua) a festejar no dia 13. Depois será S. João Batista e por fim S. Pedro.

A estes três santos aceites pela Igreja Católica Romana, o povo dedica uma devoção muito especial que, na sua forma um tanto pagã, não é condizente com a austeridade e recato impostos pelos rituais religiosos daquela Igreja.

Mas o povo – vox Dei (voz de Deus) – na sua “ingenuidade” herdada de seus ancestrais, continua a saudar os seus taumaturgos bem à sua maneira, com entusiasmo e, quase sempre, usando práticas vindas do fundo dos tempos.

Deste festejar, resultante da crendice popular, pode-se assinalar o “saltar as fogueiras”, (hoje) no largo da povoação, mas que, há milénios, era realizado no cimo dos montes para assinalar a chegada do Verão – tempo de fartura alimentar e à-vontade do Ser humano que, pelo calor, se sentia liberto e, daí, senhor de si e que, por isso, sem complexos ou preconceitos, podia usufruir do corpo desnudado, gozando de todas as suas potencialidades, sem quaisquer peias.

Sejamos um pouco, consoante nosso conceito, pagãos. Festejemos os Santos populares com alegria. No entanto, sejamos parcimoniosos em nossos folguedos. Lembremo-nos sempre que o nosso direito de liberdade termina quando interferir e/ou coarctar o dos outros.

quarta-feira, junho 08, 2011

No rescaldo das eleições em Portugal

Nunca percebi porque razão, um país tão pequeno territorial e demograficamente, como o nosso, tem um parlamento tão “populoso” (230 deputados).

E, por outro lado, também não consigo entender porque motivo a Lei Eleitoral, define, como forma de atribuição de mandatos na A.R, o método de Honte (será assim que se escreve?) e não, como seria natural, o da proporcionalidade.

Pelo método em vigor só os grandes partidos têm assento no Parlamento. Pelo sistema proporcional, quase todos os (chamados) pequenos partidos teriam a possibilidade de mandatar, pelo menos, um deputado.

Será que o método proporcional iria criar a confusão ideológica ou, pelo contrário, iria enriquecer a discussão das ideias, dando voz aos cidadãos deste país, que, assim, estão, antecipada e eternamente, condenados a um silêncio acabrunhante?

Sem pretender, de modo algum, impor meu pensamento, sempre direi que é hora de mudar (esta palavra foi moda na campanha) o rumo das coisas, alterando o que, na Constituição ou nas Leis, deve ser modificado, desde que, claro, seja para melhor.

Estarei a ser burro? Talvez. Então haja quem me esclareça para que não continue a laborar em erro!...

segunda-feira, junho 06, 2011

É triste ser assim!...

Há coisas, nesta terra, que não têm (qualquer) justificação e nem, sequer, deveriam acontecer, por não estarem de acordo com a evolução científica e tecnológica que o Mundo (já) atravessa e vive.

Na passada sexta-feira (dia 3), à hora do futebol, por razões, certamente, que a própria razão desconhece, fiquei sem televisão, telefone e Internet. Como ainda tenho um televisor ligado à velha antena e telemóvel, não liguei importância, preferindo, na maior calma e paciência, aguardar a reposição normal do serviço. Pela lógica normal e natural das coisas, era suposto que tal viesse a suceder, aliás como de outras vezes em que a anomalia existiu.

Todavia e, lamentavelmente, depois de ter ligado para as reclamações do serviço em causa, foi-me dito que só dentro de 24 horas tratariam de solucionar o problema. Não bastava o atraso na reposição das ligações, quanto mais ainda, ter de ficar desligado do “Mundo” mais outro dia!...

Na era das novas tecnologias e sem motivo visível, seria humanamente aceitável que tudo fosse resolvido de imediato, sem ter de recorrer a uma (dispensável) reprimenda à pessoa que, do outro lado, atendeu o pedido de ajuda técnica, afim de, como o fez, agilizar o sistema burocrático.

ALELUIA! JÁ TENHO NET, TELEFONE E TV!...

sexta-feira, junho 03, 2011

Força judaica

Israelitas e Muçulmanos, desde há séculos, andam, constantemente, em escaramuças (e mesmo guerras “de tirar olhos”) e, ao contrário do que possa pensar-se, não é (só) por questões de desentendimento religioso, mas sim, por ambos quererem ter hegemonia em territórios da bíblica “Terra Prometida”.

Embora quer judeus, quer árabes sejam fartos em areal desértico o que possuem não lhes basta e vá, então, de se gladiarem afincadamente.

Mormente todo esse esforço bélico, economicamente elevado, Israel, que é um dos mais pequenos países do Mundo, consegue, para vergonha nossa e de outros, ser um dos países, cientifica e tecnologicamente, mais desenvolvidos do planeta.

Não quero e não posso, nem devo ser “má-língua”, no entanto é de perguntar: E nós, perdidos em politiqueiras balofas, o que andamos, por aqui, a fazer?

A preguiça – cremo-lo – é o pior defeito de um homem e mais… de uma nação!

E… nada mais digo!...

quarta-feira, junho 01, 2011

Arte e Cultura

Viseu, embora muitos o não saibam, possui um vasto e belo património artístico/cultural digno de registo, pela sua importância e riqueza estética e conceito ideológico.

Para muita gente, infelizmente, a Arte e Cultura visiense limita-se ao que existe no Museu de Grão Vasco e ou outros e, pronto, tudo fica por aí.

Triste e pobre ideologia sócio-cultural o destas criaturas!...

Este tipo de indivíduos (coitados!) não atravessa a sua terra de olhos abertos a observar o que está à sua frente ou o que os rodeia. E, se quisermos ver, ele há tanta coisa bonita para ver e admirar com gosto e prazer inaudito.

A quem quiser e tiver paciência para tal, daqui para a frente que as tardes de fim-de-semana estão convidativas a bons passeios, eu lhes digo que, sem qualquer escondido interesse, aproveitem e transformem-se em gente curiosa e interessada em ver e conhecer as maravilhas da nossa mui querida cidade.

Conhecer é o caminho certo para, depois, se vir a amar.