quarta-feira, setembro 29, 2010

Lixo electrónico

Às vezes, (quase diariamente) ao abrir o meu correio electrónico, sinto uma profunda tristeza - já disse isto aqui, por outras palavras - ao ver a pobreza mental e, nalguns casos, moral de alguns emails que circulam por aí e que me são (re)enviados até por quem me quer bem.
Mas não são só os emails que enfermam disso, são, também, as mensagens apostas nas redes sociais da Internet (facebook, blogues, etc.), pois, a maioria, revela maldade, já que não respeita a sanidade intelectual das pessoas, quer de quem lê, quer mesmo de quem escreve tais incongruências.
Dantes, quando não existia a Net, havia contenção nas mensagens publicadas, uma vez que dependiam do conselho e do estatuto editorial de cada Órgão de Comunicação Social. Agora, cada qual lança na Net todas as burrices e más-intenções que lhe vêm à cabeça distorcida, em seus conceitos e querer.
Eu bem sei que não há forma de controlar essas redes, evitando o flagelo do nosso tempo. Todavia não me quedo estático e calado e vou, como neste instante, gritando - pedagogicamente, afirme-se - a minha desaprovação e... revolta. Pode ser que não seja em vão...!

segunda-feira, setembro 27, 2010

Divagação avulsa com sentido

Filosofia, sociologia, psicologia e antropologia, são ciências diferentes, mas que convergem no mesmo ponto focal: o Homem que, sendo animal, tem, entretanto, características identificativas muito próprias e muito individuais, ninguém é igual a ninguém.
Esta verdade La Palisseana é, contudo, descaradamente, ignorada por alguns (maus) políticos que não entendem a política como um trabalho ao serviço do Homem e da Humanidade em geral, mas como uma forma de se locupletarem com os méritos que lhes não pertencem. São os ladrões "de feitos feitos por outros" e são os plagiadores de ideias que nunca lhes passaram pela cabeça oca, mas cheia de maldade.
Quanto maior é a crise - não a económica que essa vai-se resolvendo, mas de valores humanistas - tanto mais evidente se torna a presença desses maléficos usurpadores dos dons alheios. E vá de manipular e de intoxicar a opinião pública com vista a levar "a água ao seu moinho".
Como evitar tal flagelo e tais pessoas?
Simplesmente: estando atentos ao que nos rodeia e a quem nos rodeia!
Ou não será?...

sexta-feira, setembro 24, 2010

"Pena de Morte"

«Foi executada mulher, condenada à morte, nos Estados Unidos da América do Norte», era o título de uma notícia dos jornais de hoje (24/9/2010).
"A Pena de Morte" há muito que, como qualquer doença maligna, devia ter sido erradicada (abolida) da face deste Planeta que se quer belo, civilizado e sem nenhuma espécie de violência.
Não importa o que as pessoas fazem ou fizeram, o que importa é que nenhum (absolutamente nenhum) Ser Humano tem o direito de tirar a vida ao seu semelhante só porque ele, desta ou daquela maneira, errou. Quem nunca errou ao longo da vida?
Há formas (pedagógicas) de corrigir os modos de ser e de estar de cada individuo, mesmo "os piores", mas nunca com um acto da mais extrema violência. Isso deixa de ser justiça e passa a ser desrespeito por si próprio, como homem e como julgador, porque isso, desgraçadamente, passa a ser ódio, na mais feia e inaceitável versão do Humanismo social, político e/ou religioso.
Quem somos nós para tirar a vida ao nosso próximo?...
Viva Portugal que, há muito, aboliu a "Pena de Morte"!...

quinta-feira, setembro 23, 2010

O Riso e a "Crise"

«Já ninguém ri como antigamente, com uma gargalhada franca e bem sonora» - escuta-se dizer aos mais antigos.
Há mais de 50 anos, meu pai costumava dizer que «o Salazar castrou os portugueses e eles já não riem como quando eu era menino e mesmo rapazote» (meu pai nasceu em 1910).
Depois, veio o 25 de Abril de 1974. Veio a Liberdade, mas já tínhamos perdido o jeito de gargalhar abertamente. Agora quando começávamos a voltar a lançar gargalhadas sãs, chegou a crise económica e voltamos a andar e a ser macambúzios e altamente preocupados com a elevada taxa de desemprego e com medo da perda das regalias sociais adquiridas. Enfim, de um modo geral, todos estamos assustados e não vemos abertura por entre as nuvens negras do nosso Futuro.
Bem sei que o problema não afecta só a nós, pois o mal é mundial, mas, com o mal dos outros, também eu não vivo bem.
Soluções para o problema?
Não as tenho e acho que ninguém, de momento, tem, por isso só resta esperar com fé que dias melhores hão-de vir...

terça-feira, setembro 21, 2010

Conjecturas sobre a Amizade

Pois é! Está a decorrer Semana da Amizade e ocorreu-me escrever isto:
A Amizade é algo de tão importante e tão transcendente que não é com fazer circular emails, tantas vezes piegas e infantis (como um que recebi), que se mostra o quanto nos queremos bem. Isso é "fogo de artifício" que, depois de fazer pum, acaba com a festa.
A Amizade é silenciosa, não se desfaz em exibições públicas, para "inglês ver" (abraços, beijos, ramos de flores, presentes, etc.), porque a Amizade é algo tão íntimo e tão belo que se esconde no recato do nosso coração, revelando-se, apenas, nas horas de mais precisão, com actos de amor que nos apaziguam as dores do corpo e, sobretudo, da alma.
A Amizade é como a esmola, tem de ser dada com a mão direita sem que a mão esquerda o saiba.
A Amizade é uma dádiva de Deus e, por isso, tem de ser respeitada com devoção e, sublinhe-se, com muito recato, como quem reza e se eleva ao Céu, em meditação feita de cócoras, qual Buda, debaixo de uma árvore no alto de um monte.
«Quem tiver ouvidos que ouça!» - Disse Cristo.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Uma praia fluvial com senãos...

Ontem, a Associação C. R. Folclórica - Verde Gaio - de Lordosa, Viseu, levou a efeito o seu convívio anual de confraternização, com um dia passado na Praia Fluvial de Fulgosa, de Castro Daire.
Lugar aprazível, junto à margem do (creio) rio Vouga (ou Paiva?), com arvoredo convidativo a um dia de repouso e, no caso, de certa festa.
Ali tudo está bem, por bem cuidado. Faltando - digo eu, mas quem sou eu?... - apenas um pouco mais de areal que, desconhece-se porquê, foi substituído por cimento.
Também é pena que o acesso (sempre a descer ou a subir, consoante vamos ou regressamos) não tenha sido naturalmente alargado naqueles (talvez) 2 Km. em que dois carros não podem cruzar.
É lamentável que, quando foi feita aquela boa e bonita praia fluvial, quem projectou a obra não tivesse pensado no alargamento da via de acesso. A obra não era difícil nem complicada, atendendo aos meios técnicos que ora são disponíveis, houvesse (ou haja) vontade para fazer as coisas como devem ser. O tempo dos "carros de bois" já lá vai!
E o resto entendam-no os que tiverem a pachorra de ler esta minha simples nota!...

sexta-feira, setembro 17, 2010

Sobre um pensamento de Confúcio...

«Quando vires um homem bom, imita-o; mas se vires um homem mau, analisa o teu comportamento.» Ensinou (e bem) o filósofo asiático Confúcio.
Ao que parece, os espelhos deste nosso mundo e deste nosso tempo foram (quase) todos quebrados, pois, nem bons, nem maus, se olham ao espelho para se analisarem e verem se estão a actuar, na vida, devidamente ou seja, de modo a serem exemplo de virtudes e amor para consigo próprios e para com o seu próximo que deve (tem de) ser respeitado e amado com verdade e responsabilidade: o contrário é o caos, a desarmonia, o ódio e... a guerra.
É preciso, é urgente arranjar espelhos psicológico/comportamentais para quem tem poderes no âmbito social, político, governativo, religioso, eu sei lá que mais.
Ninguém escuta - por conveniência - as vozes dos grandes pensadores do passado!
Não queiramos ser arrogantemente triviais imitando maus exemplos vindos do vizinho do lado!... Nós temos de ser melhores (especiais, óptimos, excelentes), superiormente melhores, pois só assim edificaremos uma imagem que possa ser (bem) vista em qualquer superfície reflectora!

quarta-feira, setembro 15, 2010

Preocupação e tristeza

Quando comecei a aprender a ir às redes sociais de Comunicação da Internet (eu sou muito ingénuo) cuidava que eram fontes de cultura e aprendizagem inestimável. Enganei-me redondamente! Pois essas redes - na maioria usadas por gente (mais ou menos) jovem - estão carregadinhas de tanta trivialidade e... nulidade que (até) confrange.
Onde está a cultura desta juventude oca e, desgraçadamente, impreparada para os desafios do Futuro?
E quedo-me, dolorosamente triste e preocupado...
Uma multidão de questões vêm-me á mente: Que currículos existem no nosso ensino para criarem tantos jovens vazios? Que famílias são as de hoje que não fomentam a busca de mais (se possível, muito) saber nos seus rebentos? Que políticos temos nós que falam, falam, mas tudo vai para pior? Por que se calam os intelectuais deste país e deixam correr as coisa sem intervirem, ao menos (como eu), dando gritos lancinantes de alerta?
Já não sei o que pensar!...

segunda-feira, setembro 13, 2010

Conjecturas...

«Os olhos vêem, o coração sente.» É uma verdade tão real e palpável que se torna difícil (ou mesmo impossível) contestar. Todavia é pena que as pessoas (todas sem excepção) só muito tardiamente é que vêm e sentem o quanto erradas andavam (ou andaram) ao longo dos anos.
No presente caso, estou a lembrar-me da afirmação de Fidel de Castro: «... o nosso sistema não pode ser exportado, para lado nenhum, pois nem cá ele resultou.»
É triste, muito triste, que um homem só chegue a tal conclusão depois de velho e de ter sofrido as dores de uma doença que quase «o levava desta para melhor».
Todos os sistemas políticos, sociais e religiosos , criados pelos homens, acabam por revelar-se ineficazes e têm tendência para morrer «de pé como as árvores, ou deitados como qualquer vilão».
E vamos lá nós confiar em quê e em quem?!...
Valha-nos, ao menos, a nossa esperança em dias melhores e o nosso optimismo que nos impele a prosseguir na luta por tempos mais felizes, porque mais justos!...

sexta-feira, setembro 10, 2010

O Medo também faz progredir

As notícias nunca são boas quando perdemos a esperança e, daí, o optimismo para enfrentar os mil reveses do dia-a-dia.
Somos um animal assustado e, naturalmente, frágil, independentemente de sermos um mamífero de certo porte. Tememos os bichos, grandes e pequenos; os nossos semelhantes, poderosos e impotentes; as coisas da Natureza, normais e tempestuosas; e, de certo modo, a própria vida em sua maravilha e em sua desgraça.
Há fanfarrões que alardeiam a sua coragem, mas - Meu Deus -, lá no fundo bem íntimo da sua condição humana, borram-se com medo, como qualquer pessoa,
A mentira, quanto aos receios que nos movem, é coisa que não passa de mero fogo de artifício a iluminar a noite escura que nos vai na alma.
Contudo é pelo medo ou medos que o «Mundo pula e avança», como bem disse António Gedeão, na sua "Pedra Filosofal". Se tudo fossem rosas sem espinhos - tenho a certeza - que não evoluiríamos humana e cientificamente. Não era preciso! E, então, ainda estaríamos a viver nas cavernas.
Viva o medo que nos impele ao progresso, para que mundo e vida sejam melhores!...

quarta-feira, setembro 08, 2010

Devaneio mental?...

As teorias - sejam quais forem - são sempre passíveis de falha, até serem testadas e comprovada a sua eficácia ou o seu erro.
Assim sendo não é de surpreender quando alguém, embora eivado de boa-fé, se deixa levar por uma qualquer teoria apresentada por um (também) qualquer político e vota em A, B. ou C. e, depois, vem a verificar que, afinal, inadvertidamente, cometeu um disparate de todo o tamanho.
Isto é vulgar e natural suceder. Todo o Ser Hum,ano é sujeito à falha, de contrário não seria Homem. A perfeição é coisa Divina e ninguém é Deus. Tudo e todos têm direito à experiência, com vista à melhoria do seu estado físico, psicológico e social.
Todavia não é admissível que, após um desaire, se continue a ser "burro" - pobres bichos que, está provado cientificamente, são dos mais inteligentes à face da Terra - e se continue a votar da forma anterior. Como é curta a memória dos Povos!...
Por que falas assim se não estamos em Tempo de eleições? Porque sou louco e me apeteceu!
Que esta pedra não caia em saco roto!...

segunda-feira, setembro 06, 2010

Medo - mal do nosso Tempo

A vida dos homens, nos dias que correm, é toda feita sobre pressão e... muito medo. Medo da perda do emprego; de que o subsídio de desemprego termine antes de conseguido o novo trabalho; de desaparecer o estatuto social adquirido, com sangue suor e lágrimas; de se deixar de ter o respeito do nosso semelhante ("inferior e superior") e não sei que mais.
E todos estes receios e outros que se vão implantando na mente das pessoas, estão a gerar uma Sociedade de deprimidos e pessimistas inveterados e incapazes de rasgos decisivos que os lancem em vivências saudáveis de luta por si e pelos outros.
É o bicho-de-conta a enrolar-se sobre si mesmo e a mordiscar o próprio rabo, tentando, com essa atitude de imobilismo, fugir à voracidade do predador que, afinal, acaba por o papar mais facilmente.
A hora é de depressões, mas urge - qual naufrago em perigo, sacudir os pavores que nos atormentam e podem aniquilar - esbracejar e agarrar a tábua que nos fará flutuar e chegar a "porto-seguro".
Na actual conjuntura não se pode parar: há que ser Homem, verdadeiramente Homem!...

sexta-feira, setembro 03, 2010

Amor à Natureza - mãe do nosso bem-estar...

Conta a nossa História (de Portugal) que, antes da formação do Condado Portucalense - germe desta nação pequenina, mas que «deu novos mundos ao Mundo« -, por cá andaram, entre outros povos, os Celtas que deixaram além do seu A.D.N., alguns vestígios da sua cultura e religião.
Os Celtas respeitavam e amavam a Natureza e dirigiam preces à sua Deusa usando as árvores, as penedias, as montanhas, como veículo de acesso à Divindade, fazendo, em torno do maior espécime vegetal do bosque mais próximo, em cada 25 de Março e de Dezembro, grandes rituais festivos com danças e cânticos elevados ao Céu, para que a Deusa (feminina e não masculina como noutras crenças) lhes protegesse as vidas, os animais e plantas de seu sustento.
Esse resquício cultural destes nossos antepassados, infelizmente, (ao que se vê) perdeu-se na voragem das ambições humanas e é ver a poluição das montanhas, das matas, dos rios, e do ar que respiramos e, daí, surgem fogos florestais; pedreiras, desenfreadamente, exploradas: lixeiras a céu-aberto e... sei lá que mais.
Como era bom que voltássemos a ser, como os nossos antepassados Celtas, respeitadores e amantes da Natureza!...

quarta-feira, setembro 01, 2010

Divagação teológica

«Deus não mente!» - Li, ontem, num panfleto de uma seita religiosa bem conhecida.
Pois não! - Creio eu, com convicção.
Mas os homens que puseram em livro a "palavra de Deus", recebida através da elaboração da sua hipersensibilidade mental, em horas de meditação e êxtase, cometeram e cometem erros de interpretação e, vai daí, aparecer, nos textos bíblicos, a imagem de um Deus, terrivelmente, castigador e perverso.
Diz o povo e bem: «quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto» e esse ponto é, na maioria das vezes, fruto da ignorância do autor, da conjuntura por ele vivida e, infelizmente, do medo que o invadiu antes e pós escrita. Depois há, também, a considerar as imensas edições e traduções dos textos sagrados, ao longos dos tempos que, naturalmente, também adulteraram o sentido das coisas.
A religiosa Teresa do Menino Jesus (Teresa de Lisieux) amava Deus «porque é Amor e Misericórdia» e jamais castigo.
Deus não mente, mas mentem os homens que, "para levarem a água ao seu moinho", o pintam à sua imagem e conveniência.
Ou não será?...