sexta-feira, outubro 30, 2009

Cultura e Presunção

«Presunção e água benta cada um toma a que quer...»
Desde menino, ouço este aforismo que - refiro com convicção - me parece pleno de sentido e de uma (irónica e triste) verdade que não se pode contestar de tão evidente e palpável que ela é.
Há dias, dei de ventas com o meu "velho e querido" Amigo e condiscípulo da Escola Industrial e comercial de Viseu (agora Secundária Emídio Navarro), Francisco Ferreira, que, depois das saudações efusivas de quem não se vê há algum tempo, veio a mim elogiando-me por, neste blogue e em todos os meus escritos, eu estar sempre atento à pontuação, concordâncias e outras coisas importantes da gramática.
Confesso que (quase) corei, mas aguentei os encómios por os achar de inteira justiça, mormente, por vezes, ter a minha escorregadela. É que "Homero também dorme"!...
Cultura é - penso eu - procurar fazer as coisas bem feitas e não pavonear sabedoria e conhecimentos que, na prática, não são aplicados. Isso - creio-o - é presunção, pretensiosismo balofo de vendedor de "banha da cobra" e não Cultura. É fogo de artifício para papalvo ver, (ouvir) de boca aberta, em noite de romaria popular!
A presunção nada dá, por mais que nos empertiguemos ou nos ponhamos em bicos de pés.
E pronto. Já disse!...

quarta-feira, outubro 28, 2009

A Fome e a Esperança

Constatam alguns estudos recentes, com verdade, que muitos dos portugueses, muito especialmente as crianças e os idosos, pela pobreza em que vivem, se alimentam mal, quer em quantidade, quer, também, em qualidade. É um pouco o que diz o provérbio: «Em tempo de fome, tudo o que vem à rede é peixe.»
Bem sabemos que não somos um país de grandes recursos, já que o nosso subsolo é pobre em minerais que alimentem fábricas que dêem pão a milhares de trabalhadores e que o nosso solo, por seu turno, não é tão rico a ponto de, dele, tudo brotar sem esforço e sem gasto. Mas sabemos, entretanto, que, com incentivos económicos (muito bem fiscalizados, para evitar abusos e aproveitamentos indevidos), numa fase de arranque, e depois com uma ajuda técnica, competente e eficaz, será possível modificar o panorama social deste país que quer sair da cauda da Europa e ter voz decente e sem miséria.
O novo Governo, agora que dizem estamos a sair da crise, tem, em tal matéria, sérias responsabilidades a cumprir e um profundo e árduo trabalho a desenvolver, assim ele o queira e os partidos da oposição que, a mais das vezes, são um travão e não o óleo que faz rolar e avançar esta pesadíssima máquina, chamada Portugal.
A Esperança é a única preciosidade que continua viva e bem guardada, na mitológica "Caixa de Pandora", assim a queiramos e saibamos usar!...

segunda-feira, outubro 26, 2009

Questões de Paternalismo

Olá Helena C.,
Escondida no teu anonimato, que respeito, dizes, com muito carinho e gentileza, o que a seguir transcrevo:
«Há muito que o conheço pessoalmente de alguns eventos públicos em que estivemos; admiro pela forma decidida como sempre enfrenta a sua deficiência, encarando-a como não existente e tenho por si um enorme afecto, embora não saiba quem sou, mas sobretudo e sem "graxa" sinto-me enternecida quando vejo a forma paternalista com que trata os mais novos.
Senhor Calema, como é bom ouvi-lo e vê-lo a dar amor a quem tem menos idade do que a sua! Mas, o que mais me encanta e seduz é que o faz sem pieguice pirosa e interesseira. A dádiva da sua ternura aos mais jovens, mesmo que poucos menos anos do que o senhor, é tão espontânea e natural que - como costuma dizer-se - até inunda a vida de quem o conhece.(...). Que bom é tê-lo no rol das pessoas sublimes desta Cidade onde vivemos.»
Minha Querida C, estou tão corado, por tão (julgo eu) desmerecidos e exagerados encómios, que não tenho palavras para responder seja o que for, por isso digo apenas à boa maneira beirã:
Bem-haja, muito bem-haja!!!

sexta-feira, outubro 23, 2009

Conselhos - uma questão de e para analisar

Desde menino que ouço dizer: «Quem quer um conselho, | peça-o a um velho
NAo! Não compartilho tal asserção, porque, em toda a minha vida, os melhores conselhos que recebi foram-me dados, em forma de sugestão, por gente na "força da vida" e não por pessoas desgastadas pelos muitos trabalhos e pelo peso dos anos.
Este meu raciocínio teve-o, também, de forma bem vincada, Luís Vaz de Camões ao criar, de modo sublime, nos Lusíadas, as figuras - retrogradas, e desfasadas do espírito empreendedor e aventureiro dos buscadores de "novos Mundos" - dos "Velhos do Restelo", a verem a vida por uma óptica desactualizada e, por isso, totalmente ultrapassada.
A sabedoria dos idosos é boa quando eles sabem manter-se, pelo estudo permanente e pela observação de quanto os envolve, abertos à evolução das coisas e dos pensamentos de cada época. Nesse caso um conselho será, de certeza, bom e proveitoso para quem o seguir.
Ser "velho" (e eu sou-o) é -dizem- um posto! Porém, só o será se não estivermos agarrados ao Passado, carregado de preconceitos, dogmas e tabus que já não têm (nunca tiveram), nos dias de hoje, qualquer razão para existirem e, muito menos, para serem seguidos.
E... por aqui me fico!...

quinta-feira, outubro 22, 2009

Divagação sobre decadência inbtelectual

Diz um milenar aforismo Hinduísta que «quando morre uma pessoa idosa, arde uma biblioteca».
Na verdade, assim era num passado ainda da lembrança de muitos dos actuais viventes, pois a média de vida rondava os 60/70 anos, o que quer dizer que as pessoas faleciam (quase) no auge das suas capacidades intelectuais. Depois, talvez por a morte ser precoce ou pelo estilo de vida que levavam, sem as correrias e sem competições no trabalho, causadoras de stress, como sucede actualmente, as doenças mentais, (Alzheimer, por exemplo) não afectavam tanto os que partiam. Nesse tempo morria-se por exaustão física, por mingua alimentar, por intoxicação causada pelo chumbo das canalizações e por inexistência de meios clínicos e cirúrgicos para certas enfermidades.
Essas pessoas morriam no climax da sua sabedoria, a qual fora adquirida através dos anos, pela vivência de acontecimentos, pelo estudo, pela introspecção e por muitos outros meios. Esses mortos precoces não chegavam a entrar em decadência mental, intelectual ou psicológica, não tinham tempo para que tal acontecesse, eram demasiado novos, embora tivessem o aspecto de velhos.
Quer dizer: os velhos de ontem - referidos pelos Hinduístas - são agora as pessoas de meia idade. Essas sim, são autênticas bibliotecas ambulantes, porque ainda não atingidas pela decadência que o peso dos anos sempre traz.
Daqui se infere que quem, vencido pelas doenças e pelo tempo, se apercebeu da sua decadência intelectual, para não destruir o prestígio alcançado, deve - como diz o povo - «meter a viola no saco e gozar o resto dos dias com sopas e descanso».
Estarei, como de algumas outras vezes, errado e a demonstrar a minha burríce?!...

terça-feira, outubro 20, 2009

Ainda «a voz do que clama no Deserto»

Olá Cristina,
Obrigado pelo comentário que me enviaste e que, sem mais rodeios, passo a transcrever:
«Eu tento fazer a minha parte: tenho o carro a gás, cultivo os legumes na minha horta sem aditivos químicos (apenas estrume de cavalo), não uso insecticidas para os bichos infestantes, apenas uma saponária e eles vão embora, no fundo do quintal organizei uma mini central de compostagem para todos os detritos orgânicos se decomporem e voltarem à terra da horta, obrigo todos cá de casa, incluindo visitas, a usarem o ecoponto instalado dentro de um armário da cozinha e, agora, descobri como se faz sabão com óleo usado, em vez de o deitar fora.
Mas sou apenas um grão de pó neste mundo.»
Também eu,Minha Querida Amiga, mas, fazer isso, é fazer imenso - direi mesmo -, é fazer tudo!

Breve dissertação sobre Deus

Acho que já uma vez o disse aqui: Não acredito num Deus, representado como sendo um homem, carregado de anos, de grandes barbas brancas e de vasta cabeleira alva, embrulhado na alvura de uma toga, dando ordens, à direita e à esquerda, às entidades que o rodeiam, lá pelas bandas celestiais, para que actuem sobre os problemas do Universo, com especial incidência nos conflitos que, de segundo a segundo, se vão gerando, na Terra, entre os homens e as suas instituições.
Não! A minha inteligência não é capaz de admitir tal quadro. Admito sim, a existência de Energia Inteligente (permanentemente) Emanada do Cosmos, a qual tudo regula e tudo e a todos atinge. Isso sim, isso, para mim é Deus! Esse conceito transcendental de uma força que tudo abarca e rege, é-me fácil de aceitar.
A primeira versão, nem Moisés, há cerca de quatro mil anos, a aceitou, uma vez que descreveu a Divindade, no seu livro do Êxodo, como uma sarça ardente inextinguível, (a tal Energia que atrás refiro) e João, no Apocalipse, também a descreve como uma energia, ao dizer que "do Trono saiam relâmpagos" que iluminavam todo ambiente, não assinalando a presença de um corpo humano.
A Bíblia foi escritas por homens, por isso tem erros e tem princípios desajustados aos conceitos científicos, morais e sociais da actualidade, mas, também e sobretudo, tem ensinamentos ajustáveis à forma de viver dos nossos dias. Há que, como dizia Cristo, saber "separar o trigo do joio", aproveitando o primeiro e lançando o segundo ao fogo.
Ou não será assim?... Estarei, como muitas vezes, a ser louco e... burro?...
Pelo que me é dado observar, com pensamento tão espiritual e etéreo, nunca, nem com as melhores cunhas, poderei vir a ser galardoado com o Nobel.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Mais «um grito da voz que clama no Deserto»

Sabemos todos que o Globo terrestre está a sofrer alterações verdadeiramente preocupantes e altamente perigosas, para o equilíbrio de todos os ecossistemas existentes. Dizem os cientistas que, daqui a 20 anos (eu, por certo, já cá não estarei), a calote gelada do Polo Norte terá desaparecido. As consequências desse desastre são fáceis de prever.
Todavia, mesmo perante tão negro quadro, os homens (os que detêm o Poder, talvez por ganância) não se apressam a tomar medidas que travem e levem à mudança, para melhor, deste assustador estado de coisas.
Não se reduzem (ou anulam) as emissões poluentes para atmosfera, para os cursos de água e para o solo; não se acelera a substituição das Centrais Térmicas de electricidade, por Meios de produção dessa energia usando as fontes renováveis do Sol, do Vento, da Água e de algumas outras que não conspurcam o no0sso pobre (se não mesmo, desgraçado) Planeta e não se trava a destruição das florestas da Amazónia e de outros importantes lugares da Terra.
E o "regabofe" continua! O que importa é ter lucros, quanto maiores... melhor!
Por isso, enquanto tiver inteligência e dedos para escrever, eu, até sabendo que não passo dum minúsculo grão, na imensidade da areia do deserto (já não por mim, mas pelos mais novos e pelos que hão-de vir), continuarei a lançar estes gritos de desespero e alerta. Pode ser que haja alguém de bom-senso e boa Fé que escute e faça o que eu não sei, nem posso, fazer!
Assim seja!!!

sexta-feira, outubro 16, 2009

Tradições antigas, ou crueldade intolerável?

A nossa Querida Pandora enviou-me um e-mail com vídeo, em que mostrava as imagens, sem quaisquer fantasias ou disfarces, cheias de crueldade, da execução à morte de uma jovem mulher, através de lapidação, possivelmente por ter cometido adultério, lá para as bandas dos países do Próximo Oriente e, por cá, um touro ensanguentado numa Praça depois de lidado numa Tourada Ibérica.
E dizia-se no vídeo, desse e-mail, que aquela, horripilante e desumana, crueldade mais não era do que o cumprimento de antigas (e "santas", porque religiosas - caso da lapidação) tradições.
As tradições são para serem preservadas, sim! Mas só aquelas que não contenham, crueldade ou apoucamento da pessoa humana, quer sejam as vítimas, quer sejam os seus verdugos.
Claro que o condenado além da dor sofre também, e sobretudo, o aviltamento da sua personalidade e dignidade. E os carrascos, ao atirarem as pedras que dilaceram e matam, também estão, perante a Sociedade Civilizada que os vê (e julga), a contribuir para o seu próprio apoucamento como seres humanos (se é que merecem tal qualificação) libertos de velhos e maus conceitos e, por isso, totalmente fora da classificação de homens do Século XXI.
- Meu Deus, por quê ainda existem coisas assim?!... Como me envergonho desta cruel e asquerosa humanidade!!!

quarta-feira, outubro 14, 2009

Ecologia - uma questão sempre presente ou não?

«... Construir um mundo melhor!...» Eis a frase mais escutada e escrita nos Órgão de Comunicação Social, porém, com toda a certeza, a menos seguida e menos digna de crédito.
Falar é fácil, executar é que é problemático.
Dizer que o Mundo, por culpa da ganância dos (alguns) homens, é simples. Estar ao lados dos grandes lesados (vítimas) e que é tremendamente complicado, pois, na maioria dos casos, esses que falam e escrevem são subalternos ou dependentes dos tais "grandes senhores" dos Negócios e das Indústrias sujas que geram chorudos lucros para os bolsos dessa minoria, e que, desgraçadamente, contribuem para a morte das florestas e da fauna deste Planeta que urge cuidar para que todos os desequilíbrios sejam evitados ou, na pior das hipóteses, minimizados.
Que belo discurso - sei que alguém estar a dizer - e que formulação tão cheia de razão! Pois será!? Mas não tem nenhum mérito se não houver, de cada um de nós, um simples gesto, nem que seja deitar o cartão no ecoponto, que faça com que as coisas mudem.
Temos de gritar e... de fazer, dando o exemplo.
E tudo, connosco e por nós, se tranformará! Acreditem nisto!...

segunda-feira, outubro 12, 2009

Azar ou preguiça e irresponsabilidade?

«Quem tem unhas é que toca guitarra.» - Confirma o povo na sua sabedoria ancestral, toda de experiência feita. - O que quer dizer, que o conhecimento, a valorização pessoal (académica ou não) é que dão os instrumentos capazes de abrir portas (empregos e não só) com que cada um possa (e saiba) enfrentar as vicissitudes dos tempos difíceis que atravessamos.
Efectivamente toda a gente assim devia pensar, no entanto, infeliz ou desgraçadamente, ainda há quem (sendo jovem e na "força da vida"), com uma preguiça e estupidez revoltantes, se acomode à sombra do "Subsídio de Desemprego" e nada faça para se dotar dos instrumentos qualificativos de que carece para mudar o seu modo de viver.
É verdade! Não estou a inventar! Até conheço alguém que, por debilidade de nota, continua sem exercer a sua função e - o que é estúpido e irresponsável - não dá um passo no sentido de melhorar esta sua triste situação. «Sou desgraçado, não tenho sorte nenhuma!... Coitadinho de mim!... Os colegas evoluem e são colocados enquanto eu fico para trás nos concursos!..."
Pois è! Mas já foste à luta? Já concorreste a funções que te possam valorizar e subir a nota? Já pensaste em acrescentar (com a frequência de algumas cadeiras) uma nova licenciatura ao teu curriculum?
Afinal, ainda, existem pessoas (jovens) que gostam de ser tidas como "coitadinhas"!
Mas que merda! - Permitam-me o desabafo.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Divagar com nexo

Que Destino é, afinal, o de Portugal e dos portugueses? Há séculos (2 ou mais) que procuramos um rumo que nos torne, de novo, num país exemplar e a progredir no contexto geral das nações.
Mas nada! Continuamos a ser uma grei pobre e atrasada, sem que os políticos e responsáveis revelem capacidade para que saiamos da "cepa torta" e desta nefanda e "vil tristeza" em que nos achamos.
Somos um rincão de terra onde nascem cabeças inteligentes que têm de ir, por esse mundão fora, em busca do sucesso que, por cá, lhes é negado, quer por falta de meios, quer por inveja dos incompetentes que, indevidamente, assumem as melhores posições na escadaria da Ciência, da Política e do Poder.
«O Povo é quem mais ordena!»
Que povo? O do analfabetismo, da iliteracia, do comodismo, da inveja, da demagogia populista (ia a dizer, de Senhor de La Palisse), do conservadorismo mórbido e retrógrado de "velhos do Restelo" ou das "rodas quadradas" que quando param, por mais que as empurrem, não rolam?...
Estamos em em hora de eleições. Talvez seja agora o momento de darmos o salto para o Progresso por forma a proporcionarmos a construção de um novo e brilhante Portugal!...

quarta-feira, outubro 07, 2009

O meu legado Artístico/literário/cultural

Olá Mª. Domingos,
Obrigado, muito obrigado pelo e-mail que me enviaste e do qual tirei o excerto que a seguir passo a transcrever:
«Quem teve, como tu, uma vida cheia de dor e muita luta e, como tu, teve talento para escrever, pintar e não sei que mais, tem, por certo, um bom espólio de obras e recordações para legar aos vindouros. E isso não só para os que te conheceram , mas para que os que hão-de vir, possam gozar da delícia dos teus trabalhos, e ainda para que o teu exemplo de lutador, no sentido de superares as limitações que a deficiência física te impunha, fique nas memórias desta Viseu que tanto amas.
Sem, de forma alguma, querer dar-te quaisquer lições, sempre ouso perguntar-te: Já pensaste seriamente em acautelar esse importante material artístico/literário?
É que, sabes, muitas vezes, os "verdadeiros" herdeiros são, por razões nem sempre fáceis de explicar ou de admitir, os primeiros a esquecer e descurar esses bens. (...)
»

De facto, como bem dizes, tenho "acautelado", de algum modo, esse acervo artístico/literário. Uma parte (embora, por ora, bem pequena) já se encontra arquivado e disponível, a quem o quiser consultar, no Museu e Biblioteca da ASSOPS - Associação Cultural e Etno - folclórica de Passos de Silgueiros; um romance está na Net e o restante está no meu computador.
Quando a idade avança, sem medo, nem angústia mórbida, começamos a pensar na nossa herança (pobre ou rica, não importa) e tratamos de a disponibilizar para que os outros a usem.
Eu, Qurerida Amiga, assim estopu a fazer!...

segunda-feira, outubro 05, 2009

A propósito do Dia da Implantação da República

O Pluralismo de Ideias nunca foi, para mim, coisa que me causasse qualquer tipo de obstáculo ou angústia à minha forma de pensar e de encarar a vida. Todos têm direito a viver e a ser respeitados, desde que, por sua vez, respeitem também a maneira de estar e a linha de p0ensamento dos outros.
E isso deve-se, certamente, a, na minha família, haverem membros com ideais políticos e religiosos bem diversos. Meu avô materno era, convicta e acentuadamente, republicano,. Por outro lado, a esposa não escondia o seu "sangue azul" torcendo pelo retorno à monarquia, perdida a 5 de Outubro de 1910. Do outro lado da família, politicamente, nunca cheguei a saber em que águas navegavam. Mas sei, tenho a certeza, que eram católicos praticantes, (quase fanáticos), Em contra partida, o ramo materno era católico, sim, todavia não eram lá muito praticantes e eram marcadamente abertos a discutir e a discernir sobre assuntos dogmáticos e mesmo considerados tabus.
É talvez por essa razão (ou sem razão, não o sei) que amo a Liberdade e me sinto mal, muito mal, quando me querem impor grilhetas religiosas, políticas e outras: Eu, depois do 25 de Abril, sou burro sem cabresto e desejo terminar meus dias de orelhas erguidas e ventas bem atentas "ao vento que passa"!

sábado, outubro 03, 2009

Cultura do olhar

«La belleza esta en los ojos de quien mira!» - Disse Miguel de Unamuno. - O que em bom português quer dizer. A beleza existe no olhar de quem observa.
Na verdade assim é. Cada um de nós vê de acordo com o seu conceito estético ou, melhor, de acordo com sentimento que o invade no instante da observação.
Aquilo que, num determinado momento, nos agradou, pode, algum tempo depois, vir a causar-nos uma sensação de desagrado e, até, de repúdio.
Mas a Arte é isso mesmo. Pois Arte é tudo aquilo que nos impressiona (favorável e desfavoravelmente) e nos causa sentimentos de amor e também de ódio ou, simplesmente, revolta.
Ser Artista não é só criar coisas imensamente perfeitas e agradáveis à vista, é, sobretudo, produzir algo que crie no observador humanas emoções e sentimentos.
Os seguidores do espanhol Luis de Gongora -tal como ele - usavam, em suas obras, elementos que revelavam um "bom gosto" requintadíssimo, todavia eram, vazios no conteúdo, já que não havia mensagem e quando ela existia, estava embrulhada num celofane, com um laçarote tão diáfano e belo. que muito poucos davam por ela. Faltava-lhes a força (quase rude) de, por exemplo, uma Paula Rego, Miguel Angelo, Miró e tantos, tantos outros, na pintura, na escultura, na escrita, etc..
Cultivem-se, por isao, os nossos olhos para que saibamos ver e... sentir!

quinta-feira, outubro 01, 2009

Outra vez "Politiquice eleiçoeira"

Olá Cristina,
Obrigado pelo comentário que me enviaste e passo a trancrever:
«Hehehe, nem só na politica se lava a roupa suja. Ontem estive numa reunião de pais na escola das minhas filhas, para eleger os Órgãos Sociais da Associação de pais. HEHEHE. Aquilo é que foi campanha eleitoral fora de horas, e fora de parlamento também. ouviu-se de tudo... roupa suja , peixeirada, enfim uma tristeza. Estavamos lá para o interesse dos nossos filhos e, portanto, deveriam estar todos unidos. Mas não! Foi o contrário...como sempre.
Resumindo: fui, pela primeira vez, influenciada por uma amiga e não volto mais. Para ver cenas tristes não! (Por algum motivo, numa escola que tem 1000 alunos só lá estavam cerca de 50 pais.)»
Deixar de ir por mor de um mau momento numa instituição e por causa de umas tantas pessoas que não sabem portar-se com a dignidade e o civismo devido, não é contribuir para a melhoria da sociedade em que estamos inseridos, é baixar os braços à luta (ou ás lutas) do dia-a-dia.
Temos é que, com persistência e paciência, dar exemplos de boas maneiras e marcar presença pela positiva, sugerindo soluções e dando-nos à colaboração para que as coisas melhorem. Só desse modo participado e participativo estaremos a construir um Mundo novo, com Paz e Amor!...