quinta-feira, outubro 30, 2008

Com a "crise" até os políticos titubeam

Sempre tive o Dr. Mário Soares (ainda que não votasse nele) como pessoa bem informada e capaz de fazer análises políticas, mais ou menos (vinque-se o "mais ou menos") coerentes e, de certa forma, recheadas de algum humanismo moderno, mas, ontem, no programa "O caminho faz-se caminhando" da RTP1, verifiquei que, com esta crise, o seu pensamento entrou em disfunção e - por que não dizê-lo? - notou-se um certo titubear nas questões que a jornalista lhe ia colocando.
Ele apelidava-me de "manhoso" nas perguntas "complicadas" que lhe fazia, encontrando (por isso o admiro) sempre a resposta adequada e que o honrava, no momento e no futuro, em minha opinião. No programa em referência, mostrou-se, entretanto, um tanto incerto e duvidoso. A conjuntura económica do Mundo não é para menos!
Não sou, nem quero ser político, muito embora tenha a minha ideia política (quem é que não tem?), contudo acho que a situação actual não vai ser fácil de vencer e de sair dela airosamente, por isso entendo o titubear do ex-Presidente da República e daí que o cumprimente e felicite com a amizade de sempre, porque, nos dias que correm, é difícil (muito difícil) avançar na vertical com a cabeça bem erguida.

terça-feira, outubro 28, 2008

Ainda, A culpa é da crise!...

A propósito do meu artigo sobre «A culpa é da crise!...» recebi a minha amiga Cristina o seguinte comentário, que muito agradeço:
«Pois, a culpa é da crise, mas e os ordenados deles? E as reformas dos que já saíram? E os passeios com a comitiva toda? E os jantares? E as campanhas eleitorais? Quem paga???
Certamente não são os bolsos deles, mas os nossos. As nossas contribuições, os nossos impostos, que nos são retirados.
E os bancos? Dão créditos para tudo. Agora pode-se comprar tudo e mais alguma coisa a crédito (até as férias...)e depois as famílias dizem que não têm dinheiro para pagar a casa.
Nós que por aqui andamos a poupar os nossos trocos é que temos de pagar tudo.»
E, por mim, nada mais acrescento. parece-mje que está tudo dito...

segunda-feira, outubro 27, 2008

Em vez de promessas não são melhores as realidades?...

«Gato escaldado de água fria tem medo» - diziam os nossos antepassados e creio, com toda a razão, pois todos nós temos ouvido tantas promessas feitas por políticos que, depois, ou não são cumpridas ou vêm a ter efeito contrário e nefasto ao que foi dito, pelo que, em consequência, deixamos de ter fé nas palavras dos políticos, por mais lindas e verdadeiras que sejam.
Afinal nós, humanos, somos como o gato do aforismo popular. Após um escaldão, com um salpico da panela que fervia, na lareira, tudo nos assusta, passando a temer sempre o pior.
Os políticos e as políticas, «para levarem a água ao seu moinho» cantam lôas que, por certo, não poder ser concretizadas. Por quê tal desonestidade?
Porque eu, consigo, ainda ter alguma memória, de curto e de longo prazo, já não me deixo enganar facilmente por gente que, agora, para reaver privilégios perdidos acusam, acusam, mas não fizeram melhor, e... prometem, antecipadamente, um paraíso que acabará por se tornar em inferno, dando razão `a canção que diz que «para pior já basta assim!...»
Em vez de prometer não será preferível encarar as realidade de cada momento e solucionar os problemas caso a caso, hora a hora? Perdoem a minha ignorância!...

sexta-feira, outubro 24, 2008

A culpa é da crise...

Aproxima-se, a passos largos, mais um período eleitoral. Estamos a menos de, ou a cerca de, um ano, de tal evento nacional e eu já estou a ouvir os candidatos aos vários cargos políticos da vida governativa portuguesa a dizerem, sempre que os acusarem de nada terem feito para melhorar a situação dos cidadãos carenciados e dos que, em cada dia que corre, vão, infeliz e naturalmente, numa sucessão de castelo de cartas a desmoronar-se, entrando nesse número.
- «A culpa não nos cabe. A culpa é da crise!»
Então, e em 34 anos de democracia, sob governação de partidos da esquerda à direita passando pelo centro, não houve meio de criar as condições necessárias e indispensáveis para resolver tal problema, enfrentando agora a crise de olhos abertos e coração livre do medo da miséria e de pressões nacionais e internacionais que adensam e... fomentam as assimetrias sociais?
Que cambada de oportunistas, incompetentes e hipócritas!!!
Valerá a pena dizer - digo, gritar - mais alguma verdade?!... Marimbemo-nos, pois, para os políticos (há, felizmente, raras excepções) e para as políticas que nos impingem ou vão querer impingir!...

quarta-feira, outubro 22, 2008

Fome e bariga forra - injustiça social

Fico deveras confuso, dolorido e incapaz de entender a sociedade em que vivemos, porque se, por um lado vejo e ouço que em Portugal há (já) um milhão de pessoas com carência alimentar, por outro vejo as televisões (o que é pior - a Televisão Pública) empanturrar os espectadores com exibições de pratos e receitas a que só os ricos podem chegar.
È, meus Senhores, fazer pouco de quem se vê privado do direito a alimentar-se convenientemente!
O problema é fruto da "crise", dizem. Santo Deus que hipocrisia!... Como?
Se a fome, em Portugal, existia muito antes da "declaração da crise", por que se atribui a culpa esse triste fenómeno?
Sejamos coerentes, a culpa está, isso sim, em políticas erradas levadas a cabo por todos os partidos, da direita à esquerda, que já estiveram na governação deste pequeno e pobre país «beira mar plantado», donde aqueles que têm "massa cinzenta" tiveram (têm) de fugir, para que lhe fosse dado o merecido valor.
Senhores Governantes, Políticos, Religiosos e Cidadãos comuns, abram bem os olhos e vejam o que vai a vosso lado. Deixai de olhar o vosso umbigo e vede o vosso vizinho carente de pão, trabalho e... de afecto manifestado na vossa luta encarniçada pela mudança deste lamentável estado de coisas!...

segunda-feira, outubro 20, 2008

Mulheres em luta

No Dia de ontem, ocorreu a "Marcha Mundial de luta das Mulheres" pela sua libertação e contra todos os maus tratos que lhe são infringidos.
"Marcha Mundial"?... Como assim se eu só vi, nas televisões apenas um lugar em que tal ocorreu? por que não houve a citada "Marcha", ao menos, em todas as capitais do Mundo em que as constituições - dizem - defendem os direitos das mulheres?
Por mais que nos custe, ainda há mulheres subjugadas, pela cultura (?), pela religião, pelos conceitos morais, pela política, pela... (eu sei lá que mais?!...)
E também - lamentavelmente, por mal dos nossos pecados - continuam a haver, em pleno século XXI, mulheres mal-tratadas na sua própria habitação.
Que ninguém se cale - novos e velhos, mulheres e homens, religiosos e políticos, todos, mesmo todos - para que a desigualdade no feminino acabe. Custe o que custar, doa a quem doer. O machismo tem de terminar de vez, neste Mundo, sem sentimentos e sem escrúpulos!
Assim seja!

sábado, outubro 18, 2008

...O que é isto?...

Descobri, ontem, que, para além de «politicamente (in) correto», agora também (já) há a expressão «desonestidade política», quando queremos referir um desacordo com a vontade do "Chefão" partidário.
Interessante, não acham?!...
Que tempo este em que se foi a liberdade de expressão e pensamento!
Será que são necessários outros Capitães de Abril para não voltarmos ao passado de muito má memória?
Meus Senhores, que mundo é este em que um citrino se queda, molecular e estruturalmente, por um cinzentismo assustadoramente a lembrar uma época que - creio - ninguém deseja?
Eu quero ir para outro lado em busca da liberdade que, ao que se vê, está, por cá, em via de extinção!
"Isto é que para aqui vai um açorda!...»

quinta-feira, outubro 16, 2008

a vida talvez seja uma lotaria

O meu amigo Almiro, o "bom patife das músicas", convidava-me para fazermos uma parceria (eu com a letra, ele com a música) e concorrermos a um determinado concurso com uma produção nossa. Ora,como estou já um tanto escaramentado nesse tipo de experiências, apenas lhe respondi com um antigo provérbio, ensinado por minha avó paterna que diz: «Guardado está o bocado para quem o há-de comer.»
Embora a asserção seja demasiado radical, porque dá os factos, antecipadamente, por consumados, não deixa - diz-me a (má) experiência - de ser um tanto verdadeira. Quantas vezes vemos abrirem-se concursos públicos para um determinado lugar ou cargo e, depois, todo o regulamento vai "ás malvas", acabando por ser ganho por alguém da "casa" ou por alguém que tem bom relacionamento com membros do júri encarregado de fazer a respectiva classificação.
Depois - afirme-se sem rebuço -, a mais das vezes, a roleta tenderá sempre a cair no lado comercial, olhando-se aos ditames da moda e não à qualidade estética, cientifica e ou ética do trabalho, pois, infelizmente, o "encosto", mesmo no0 século XXI, ainda existe, persiste, e subsiste e é, em grande parte, responsável pela crise que estamos a viver.
Ponto Final!...

terça-feira, outubro 14, 2008

A Crise somos nós a pagá-la!

«Quem tudo quer, tudo perde.» É uma afirmação popular que, apesar de tudo ter mudado, neste Mundo em que, por ora, vivemos, ainda vai tendo alguma acuidade.
De facto, a ganância, a mais das vezes, acaba por levar à quebra, quer económica, quer de valores morais e sociais importantes na vida do homem como pessoa individual ou como parte integrante de um todo indissociável.
Os jogadores de jogos de sorte e azar ou os investidores da bolsa, primeiro são meros experimentadores, mas, depois, pela habituação, tornam-se nuns compulsivos gananciosos e nada sacia a sua avidez de ter. Daí ao descalabro, é um salto de pardal.
Logo, fácil se torna, no momento presente, entender o que se está a passar, com as Bolsas em disparate e os Bancos, para sobreviverem, a ter de recorrer ao aval e (ou) à injecção de dinheiros dos Estados a que pertencem, o que o mesmo é dizer, do "Zé Povinho" que paga (forçadamente ou por gosto) os seus impostos.
Numa palavra bem à portuguesa e fazendo o manguito: «Quem se lixa é o mexilhão!...»

domingo, outubro 12, 2008

Os varredores são gente digna e limpa!

Poucos dias depois do 25 de Abril de 1974 - não entendo muito bem como -, é tido e sabido, ninguém era (ou fora) de Direita, nem militara nunca (ou fizera algo) em organizações de cariz fascista.
Que milagre terá sucedido, então, para que sumissem, num abrir e fechar de olhos, os bajuladores e os "braço-direito" do regime acabado de derrubar pelos Capitães de Abril?
Pois eu, apesar de não gostar do regime, pois fui prejudicado (academicamente) por ele, não escondo que escrevi, por encomenda, um ou dois artigos de raiz histórica (Comemorações do Centenário Henriquino - 1960), num periódico local da Mocidade Portuguesa e que trabalhei, como revisor, noutro (onde me pagaram artigos) que até era propriedade da União Nacional e isso não conspurcou, de modo nenhum, a minha maneira de ser e de pensar.
As ideias e as acções são uma coisa e o nosso ganha-pão é outra bem diversa. O importante é a nossa cabeça e quando ela está limpa, o resto também o está!
Que ninguém sinta vergonha de ter ganho dinheiro a lavar sanitas!...

sexta-feira, outubro 10, 2008

É preciso encontrar e dar amor!

«Cherchez et donnez l'amour | et trouveras la vie!» (procura e dá amor | e terás a vida) escrevi eu, num poema que escrevi esta manhã.
Procurar e dar amor é, nos dias que correm, para grande parte da humanidade, coisa tão invulgar que, quando surge alguém que pauta a sua estada no planeta por essa asserção, (quase) pode ser tido como uma a"avis rara" a destoar - digo a iluminar- no panorama geral.
Quando a ganância e o materialismo imperam, sem peso nem medida, por todo o lado, e, em consequência, o ódio se espalha, em cavalgada de freio nos dentes, não há modo nem espaço para a "vida".
Faço estas afirmações a pensar no homem que, há dias, da sua varanda, durante meia hora, foi disparando sobre tudo o que mexia, matando duas pessoas e ferindo outras.
Por quê, Ó Deus, tanto ódio? E por quê tal disparate?
A resposta é simples, muito simples: Armas a mais!
Quem não tem arma não expande seu ódio daquela forma e... não faz a Guerra.

quarta-feira, outubro 08, 2008

A Crise económica sendo má, pode ser boa

Grita-se, em toda a comunicação social: Ai a crise! Que vai ser das economias mundiais?
E por causa da "crise", pintam-se quadros (quase) de catástrofe. Os economistas vaticinam isto e mais aquilo; os "grandes patrões" levam as mãos à cabeça, em desespero de quem deixou de ganhar os balúrdios que auferia; os sociólogos preconizam "graves" mudanças no tecido social das nações; os religiosos, afirmam que é castigo de Deus pelos pecados dos homens e os esotéricos remetem-nos para leitura do Apocalipse (ou Revelação) garantindo que as profecias estão a ser cumpridas e que estamos, naturalmente, à beira do "fim do tempo", para, finalmente, dar lugar à promessa de «um novo Céu e uma nova Terra em que a Besta ficará amarrada por mil anos.»
E tudo isto poderá ser verdade. Mas tudo acaba por ser bom, pois leva os homens para um autêntico estado de alerta e, sobretudo, de contenção económica/financeira e de atitudes, no dia a dia, que mudará mentalidades e, apesar das guerras disseminadas pelo globo (que estão e vão continuar) a suceder, será o rastilho que despoletará a criação dos tais «novo Céu e nova Terra», com paz e amor, que todos - creio-o - almejamos, ainda que, até lá, tenhamos muito para sofrer.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Mudar em prol dos outros, é ser Homem de... Deus

Às vezes penso quão louco estou (a ficar), pois o meu pensamento e a visão das coisas da vida, já não são como eram antigamente. Agora, aquilo que, há uns anos (não muitos), era para mim inaceitável, pois colidia com os princípios morais de uma educação rígida e - afirme-se, sem rebuço - restritiva, tornou-se perfeitamente encaixável no conjunto do meu novo mosaico mental e psicológico, seguindo o ensinamento de meu avô materno: «só os burros não mudam!»
Talvez (e naturalmente) por isso é que não consigo entender os fundamentalista - diga-se "fanáticos" - religiosos ou políticos que, mesmo vendo as coisas e o mundo a transformar-se a cada segundo, mantêm o seu quadro mental, não mexendo numa única peça afim de melhorarem situações, minimizando, com essa sádia atitude, o sofrimento daqueles que os rodeiam ou deles dependem.
E isto aplica-se aos políticos, aos lideres religiosos, institucionais e outros, mas também (e sobretudo) a nós, cidadãos comuns. A nossa arrogância, intolerância, má-educação e... os nossos preconceitos, fecham-nos à realidade da vida e do mundo actual e acabamos por nos tornar déspotas no discurso e nas acções.
Onde paira a nossa espiritualidade e transcendência?...

sexta-feira, outubro 03, 2008

Pre ocupar

Que não se fique preocupado com esta crise económica mundial. É a mensagem que passam os nossos governantes.
Na realidade o facto é que o verbo preocupar é constituído por duas palavras: pré (antes) e ocupar. Sendo assim, de facto, para que nos ocuparmos com a (tal) crise antes de ela ser bem visível e bem sentida no nosso país? E será que essa visibilidade ainda não é efectiva? Então por que há assimetrias (grandes e muito ricos e pequenos e muito pobres)? Estaremos todos cegos? Ou estaremos com alucinações a ver o que não existe?
Meu Deus, meu Deus!... Podemos todos ser pobres ou ricos, mas insensíveis e parvos é que não somos!...
Que políticos e que governantes nos haviam de calhar na rifa!...
«... É em Novembro, rugem porcelas | Que Deus nos acuda e nos livre delas...» - dizia Guerra Junqueiro.
E já basta, ou não?!....

quarta-feira, outubro 01, 2008

Maktub - está escrito

Os árabes quando algo que è previsível se transforma em realidade, dizem uma só palavra: maktub que, em português se poderá traduzir como, "está escrito".
Afinal, a crise económico/financeira que - dizem - se abateu (ou está a abater) sobre o Mundo, mais não é do que o resultado natural de atitudes e governações completamente erradas, tornadas "agora" em desgraçada realidade.
Os princípios económico/filosóficos de Karl Marx, postos - mal, afirme-se - em prática na ex-união soviética, desmoronaram-se na voragem da dureza de uma ditadura. Os conceitos capitalistas da maior "democracia (?)" ocidental, estão a desfazer-se arrastando, na sua queda, todas as economias mundiais. E não acusem só o Jorge Bush, como também não acusem só o José Sócrates, porque o mal não foi feito nestes últimos anos. A tragédia começou a desenhar-se há 63 anos, quando acabou a II Guerra Mundial, em que os governantes, desorientados e ávidos de enriquecimento e de poder, se empoleiraram num cavalo louco para o qual não tinham rédeas. daí o princípio da derrocada.
Que política seguir daqui para a frente?
Só há uma resposta: a da parcimónia económica, sem deixar de evoluir e de "reconstruir" esse progresso, e do amor ao próximo, numa verdadeira elevação espiritual do homem compassivo e solidário consigo e com o seu semelhante mais carecido, acabando, desse modo, com as assimetrias deste nosso triste e vil tempo.
Quem não for burro, que entenda!