sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Política e políticos, mais uma vez...

Nunca me quis ligar à política, através da militância num qualquer partido, nem mesmo no pós 25 de Abril, quando a euforia da liberdade invadiu as pessoas ávidas de falarem e conhecerem ideias e princípios, já que, por mor dos 48 anos vividos na ditadura fascista, poucos eram os que tinha algum saber e vivência sobre tais assuntos. No dia 26 de Abril de 1974, por medo ou por outra qualquer razão, toda a gente se dizia revolucionária e contra o regime acabado de derrubar.

E milhares de indivíduos – desorientados pela voragem duma conjuntura de exageros e dúvidas sem dimensão – refugiaram-se, como salvaguarda da sua integridade social, económica e física, no M.D.P./C.D.E. (Movimento Democrático Português, antiga Comissão Democrática Eleitoral). Eu, por razão de desemprego e absoluta necessidade de comer e dar de comer à família, fui convidado para ir lá fazer, à noite, um part-time, por isso sei bem do que estou a falar.

Depois foram os assaltos às sedes dos partidos mais à esquerda do P.S. (actos de muito triste e feia memória na democracia nascente) e, como coelhos acossados por furão de caçador, foi a debandada – um para cada lado – dos (ditos) membros dessas formações de jaez político.

Para mim as coisa mudaram, pois arranjei outra forma de sobreviver, com dignidade e, agora sim, com liberdade. Todavia, apesar de tudo, nunca verguei a cerviz aos favores da política ou dos políticos e daí sentir-me feliz e liberto para dizer e pensar o que e como quero, sem ter de me sujeitar à obediência disciplinar de nenhum partido ou organização política.

Talvez, por esse motivo, não entendo a arrogância e, sobretudo, os métodos populistas e demagógicos que os políticos utilizam para se servirem e não para servir a coisa pública.

Assim, desgraçadamente, sinto-me enojado com os políticos deste país que, afinal, poderia ser um oásis numa Europa a caminhar, ninguém sabe, lá muito bem, para onde, nem para quê.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

A propósito de D. António Alves Martins

Hoje ao ver o meu correio electrónico, encontrei o seguinte comentário a um dos artigos publicados no blogue:

«O meu nome é António Abrantes. Foi nos contactos que teve com a AIRV que nos conhecemos e a propósito do seu excelente trabalho para construir o centro (de trabalhadores com deficiência) do parque industrial de Coimbrões, em Viseu.

Admiro, a si, pela sua inteligência, coragem e capacidade de luta.

Também sou um admirador de Alves Martins.»

Claro que ainda há imensas pessoas que admiram o Bispo Aves Martins – um liberal de «quatro costado, de antes quebrar do que torcer – e que me admirem pelo que lutei (eu e minha esposa) em favor da dignificação da pessoa com deficiência.

… Que valeu ter sonhos e lutar por tais ideais?

Ele (quase) é esquecido por quem não devia (as gentes da governação local e nacional); a mim, uns incompetentes quaisquer (de um organismo estatal), levados pela inveja e porque não lhes untei as mãos, como, por portas travessas, mo demonstraram, tudo fizeram, e não descansaram, enquanto não destruíram a minha luta e, depois, numa baixeza moral, quiseram denegrir meu prestígio e bom nome.

Felizmente foi feita (no lugar próprio e por quem devia) a devida justiça e saí ileso e de cabeça erguida, enquanto a eles o tiro saiu-lhe pela culatra, atingindo-os em cheio. Mas, desgraçadamente, a obra (minha e de minha esposa) perdeu-se na voragem de tal incompetência e, sobretudo, má fé.

É pena que as coisas sejam assim: que os invejosos e corruptos destruam aquilo que os outros fazem com muito amor e sacrifícios sem conta, nem medida!...

domingo, fevereiro 24, 2008

A Amizade verdadeira não morre

Volta que não volta, alguém me manda um comentário, ao que escrevo neste meu humilde blogue, todavia, fiquei hoje imensamente feliz por, no meu e-mail, ter surgido o que a seguir transcrevo na integra:

«Amigo Zé Calema. Foi por casualidade que navegando na "Net", dei de caras com a tua fotografia, e li com toda a emoção a tua biografia. Sabes quem sou? O António Paiva, que andou a estudar contigo na Escola Comercial. nos anos de 1952 a 1958. Eu morava na Rua de Serpa Pinto, junto ao Rossio, o meu Pai era Polícia, e muito amigo dos teus. Fomos colegas do Furtado, dos Armazéns da Ribeira, e a Mãe dele foi nossa Professora de Inglês. Em 1962, fui colocado na Secretaria da PSP, depois aqui casei, nasceram os meus 2 filhos, e os 4 netos, e por aqui fiquei. De vez em quando vou a Viseu, normalmente por ocasião da feira de S. Mateus.

As saudades, de menino e moço; dos tempos da Escola; das pesquisas que fizemos em vários sítios, compilando versos do teu tio poeta; lembras-te? Parece que foi ontem... o tempo é implacável. Eu vou fazer 68 anos em Outubro. Não te quero maçar mais. Recebe um enorme abraço de profunda amizade, e admiração pelo teu "curriculum"»

- Oh! Se me lembro!... As coisas boas da infância e da juventude, são marcas a fogo que nos acompanham pela vida fora e que nos empolgam e emocionam quando alguém, dessa maravilhosa época de sonhos, no-las relembra gostosamente!

Obrigado, António e que Deus te abençoe! Manda-me o teu endereço electrónico (e-mail) para que possamos, de outro modo, reatarmos contactos e afectos da nossa meninice.

sábado, fevereiro 23, 2008

Esperança é precisa!

Que as coisas não vão bem por esse Mundo fora, não é novidade nenhuma e que Portugal também não escapa à regra já (todos) nós sabíamos, mas que há o perigo de se entrar em crise social aberta, estava fora do nosso discernimento e, creio-o, de (quase) toda a gente.

Apesar das notícias alarmantes, divulgadas ontem pela Sedes, eu, que já não sou novo, não sendo – penso eu –, mentalmente, tão velho quanto isso, sempre direi que, ao longo das minhas 71 Primaveras já passadas, já vi (e vivi) algumas épocas de crise social bem definidas e bem pronunciadas.

Todavia, por mor da grande instituição nacional que é o “desenrasque”, melhor ou pior, lá fomos superando as dificuldades e, embora atrasando-nos um pouco em relação a outros países, fomos caminhando, por entre os imensos escolhos, rumo ao futuro com esperança em horas e dias melhores.

Esse sobreviver às dificuldades parece ser nosso apanágio pelo que o pessimismo que é, muitas vezes, lançado ao vento, em ondas de atoardas, já não nos assusta e, levantando a cerviz, olhamos em frente, na certeza de que, com essa atitude (poeticamente) positiva, seremos capazes de escalar a montanha até ao cume e, depois de desfrutar a paisagem, colocar a bandeira e seguir adiante a cumprir o nosso “velho” destino de povo que «deu novos mundos ao Mundo.»

O que é necessário é ter fé no amanhã e enriquecermos nosso conhecimento pelo estudo, pela investigação científica e, sobretudo, pelo trabalho sério e aturado na busca de uma boa (se não óptima) produtividade pessoal e colectiva.

E o Porvir que venha!...

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Mudança de pensar e de ser é preciso!

Dizia o meu avô Augusto, que «só os burros é que não mudam.» É claro que não estava a referir-se aos bichos com essa designação – entendo-o, agora –, mas aos homens que, porque não querem ou porque lhes não convém, teimam em prosseguir com seu pensamento e forma de estar na vida.

Num tempo acelerado pelas tecnologias e pela evolução das sociedades e das doutrinas vivenciais é difícil, muito difícil mesmo, não se mudar – digo eu, com frequência alucinante – os modos de pensar e de ser.

Ontem já não é o dia de hoje e amanhã será também diferente. E toda esta permanente transformação técnica, social, económica, política e conceptual faz com que muitíssimas pessoas não sejam capazes de acompanhar a evolução e, em face disso, adaptar-se à rápida sequência dos factos e das coisas, julgando que tudo é (e está) como na época, remansosa e rançosa – direi, ostracista –, da sua infância e puberdade.

Esta nova maneira de ser e de estar aplica-se, obviamente, às instituições (oficiais e privadas), aos sindicatos, às igrejas (de todas as religiões), às empresas, aos governos (sobretudo) e (em especial) aos partidos.

O que se tem visto é precisamente o inverso. Os responsáveis de todos os organismos que citei, talvez por uma questão populista, continuam com um discurso perfeitamente inadaptado ao evoluir das coisas e da vida, perdendo-se em ideias e valores ultrapassados que só convencem os papalvos que não procuraram (pelo conhecimento) acompanhar a marcha célere das conjunturas, sempre em mudança.

Seja-se coerente e vá-se em frente! Aprenda-se a ser «homem novo» – como (bem) diz o apóstolo Paulo!

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Variações sobre a História

As coisas da História deixam sempre grandes espaços abertos para a conjectura ou seja, para a interpretação dos factos, mediante o pensamento e o conceito de quem se debruça sobre o assunto, surgindo daí, como na música, variações sobre um mesmo tema.

No presente, parece estar na moda falar (digo, especular) acerca da origem de Cristóvão Colombo. E são tantas e tais as versões que seria fastidioso debruçarmo-nos sobre elas.

Manuel de Oliveira, no seu último filme, aventa a hipótese (um tanto romântica) de o Navegador ser natural de Cuba, no Alentejo e, por essa razão, ter dado esse nome à terra que (julgou ele) descobriu, o que não será verdade já que os portugueses tinham conhecimento de um continente que obstruía o caminho náutico entre o Oceano Atlântico e o Pacífico.

Nós queremos – talvez por uma questão de orgulho ou vaidade nacional – provar ao mundo que Colombo era um português de gema.

A este propósito, ocorre-me dizer que meu pai contava – porque foi seu aluno – que o Dr. José de Oliveira Boléu ensinava que Cristóvão Colombo era filho de uma tal Infanta D. Maria e de um pajem da corte, motivo porque, para salvaguardar a família real do que, na altura, era tido como um escândalo terrível, com poucas horas de vida, foi entregue a uma ama e levado para Génova, onde viveu alguns anos.

Onde está, então, a verdade histórica? Quem tem razão? Acaso já se encontraram as provas de cada uma das variações desta sinfonia de insondável mistério?

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

«Levar a carta a Garcia»

Recebi, ontem, uma carta de pessoa amiga que se encontra no Canadá e fiquei surpreso com o tempo que os correios internacionais levaram a transportar uma missiva de um país para outro.

A carta em causa, desde que foi posta no marco do correio até chegar a minha casa, levou dez (10) dias. Ora num tempo em que há aviões (quase) a toda a hora do Canadá para Lisboa, não se entende tamanha demora.

Ao menos, valha-nos isso, a mensagem chegou ao destino, mormente a delonga no transporte daqueles vinte gramas de papel, recheado de emoções e sentimentos de amizade e muita saudade!...

Agora compreendo bem a célebre frase «levar a carta a Garcia.»

Se a epistola que recebi ontem, com endereço correcto aposto no frontispício do envelope e transportado por via aérea, lavou dez dias a chegar, muitíssimo maior feito (perdoe-se-me a redundância gramatical) foi, na verdade, o carteiro militar, no meio de uma guerra, com as tropas em permanente movimento estratégico, entregar uma carta, sem endereço, transportada a cavalo, ao General Garcia que ninguém, pela conjuntura do momento, sabia onde estava.

As tecnologias avançam, mas não sucede o mesmo com os meios que exigem procedimentos à moda antiga. Será falha humana ou será erro motivado pelas contingências do nosso tempo?...

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Já não haverá Grandes Homens?

O Consumismo do tempo presente, cria dias de/e para tudo. Amanhã, 14 de Fevereiro – festividade religiosa dedicada a S. Valentim –, é Dia dos Namorados e, daí, surge a oportunidade para os comerciantes de meterem na caixa registadora mais alguns patacos, gastos pelos clientes, na compra de prendas a oferecer ás suas ou seus “mais que tudo”.

Por nós, não vamos nessa e preferimos recordar nesse dia o aniversário de um grande Homem de Deus – Liberal de quatro costados, que, por isso, esteve na eminência de ser fuzilado –, que foi Bispo de Viseu, sendo ilustre frade franciscano.

Dizia ele, nos seus sermões e escritos: «Na minha Diocese quero padres que amem o próximo no amor de Deus, não quero jesuítas que explorem o próximo em nome de Deus.»

Este homem que, de escopeta ao ombro lutou pela causa do liberalismo em Portugal, amava o seu rebanho e dava tudo pelo seu bem, especialmente dos pobres, de tal forma que, quando morreu, apenas tinha de seu o hábito que lhe cobria o corpo.

Na estátua que, em Viseu, o lembra está inscrita uma frase sua que reza assim: «A religião deve ser como o sal na comida, nem demais, nem de menos, só o preciso.»

Daqui se infere que D. António Alves Martins; não alinhava em fanatismos doentios de beatas de sacristia, nem – como ora se diz – em fundamentalismos que a nada levam, senão à dor, à morte, ao medo e ao desespero dos que de tal acabam por ser vítimas.

E foi, obviamente, esse seu lúcido pluralismo de pensamento que o levou, contra tudo e contra todos, a contestar, veementemente, a “infalibilidade papal”, no decurso do pontificado de Pio IX.

Infelizmente, já não se fabricam homens destes!...

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

As leis nem sempre são perfeitas

Regra geral é de supor que o legislador quando elabora uma nova lei está de boa fé, pretendendo dar benefício a quem, na realidade, dele carece. Todavia há imponderáveis e situações que transformam essa boa intenção em verdadeiros actos ou estados de injustiça.

É, por exemplo, o caso da lei que regulamenta a atribuição do Suplemento Complementar de Sobrevivência. O Decreto concede-o aos idosos cujos rendimentos sejam inferiores ao ordenado mínimo, mas… (cá vem o erro) se houverem filhos essa regalia desaparece, cabendo a eles o apoio económico aos “velhotes”.

Ora isto é, deveras, injusto: Primeiro porque coloca os idosos na dependência dos filhos; segundo porque os filhos, a mais das vezes, também não têm méis físicos e económicos para darem apoio aos progenitores, por mais que os amem; terceiro porque a vida, nos dias que correm, é demasiado agressiva e exige, a quem ainda está no activo laboral, uma constante valorização profissional e académica, o que traz custos e não são poucos, daí que os filhos deixem de, por seu turno, ter forma de apoiar quem lhes deu o ser.

Analisando o que atrás se disse e atendendo à boa fé do legislador, será bom que se reveja esta lei e se elimine o citado impedimento à concessão do suplemento em causa, cumprindo a Constituição no tocante à igualdade de direitos dos cidadãos portugueses.

É fácil legislar, comodamente sentado a uma secretária, quando se está de barriga forra!....

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Ganância ou estupidez?...

Por volta de 1945 até finais de 1947 – lembro-me muito bem –, tinha a 2ª Guerra Mundial chegado a seu termo, a míngua de bens alimentares, em Portugal, era tanta que o “velho ditador” de Santa Comba Dão recorreu às senhas de aquisição como forma de racionar os alimentos mais usuais no dia a dia, como por exemplo, o pão.

Apesar de nunca termos sido excedentários na produção de trigo, o Alentejo era, nessa altura e de certo modo, o celeiro nacional. Todavia, e mesmo assim, tínhamos de importar esse e outros cerais de que carecíamos quer para consumo humano, quer para o dos animais domésticos.

Com a crise das produções mundiais do trigo e por causa da concomitante subida dos preços, nada nos espantará que, por este caminho, não tarde a termos de voltar ao tempo do racionamento e das senhas de aquisição.

É – dirão – a recessão económica a causadora desta triste, porque lamentável, situação!...

Pois, ao contrário, eu afirmo que a culpa é dos homens que não se dão (ou não querem dar) conta que o Planeta tem de ser cuidado respeitosamente para que não se altere o clima e afecte (como vem sucedendo) as produções agrárias.

O panorama começa a ser preocupantemente feio e urge que os homens gritem, por todos os meios ao seu alcance, a sua revolta e indignação, afim de que os governantes mundiais despertem, de uma vez por todas, e procurem, exaustivamente, soluções para a recuperação do planeta e do seu clima.

É duro dizer isto; mas, na realidade, os governantes, por ganância e incompetência, dão (salvo raríssima e honrosas excepções) grandes mostras de burrice.

Até quando, ó Gentes, até quando?...

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Normas de vida

Frei António de Lisboa (ou de Pádua, como pretendem os italianos) – seguindo o pensamento do fundador da Ordem Franciscana em que havia ingressado – assinalava como grandes virtudes a desenvolver pelos homens, a Serenidade, a Coragem e a Sabedoria.

De facto, no mundo, conturbado por conflitos de toda a ordem, em que, desde sempre, o ser humano tem vivido e (felizmente) ainda vai vivendo, aquelas três virtudes (ou formas de agir e estar na vida) são a base essencial e indispensável ao sucesso de cada um de nós.

A Serenidade permite que se enfrentem, pensadamente, os obstáculos atravessados no nosso caminho, sem precipitações emocionalmente perigosas, as quais tolhem a capacidade de discernir o bem do mal; a Coragem leva-nos a que sejamos capazes de realizar os nossos objectivos com sucesso, para nosso bem e de quantos nos rodeiam; e, por último, a Sabedoria é a ferramenta fundamental a ser usada tendo como meta a concretização de todos os nossos sonhos de Paz e Amor fraternal entre os homens.

A mim parece-me, por tudo isto, que o mal dos homens foi (e é) não terem (ao longos dos séculos, se não dos milénios) força suficiente para porem em prática esta forma de vida e daí: os desentendimentos, os conflitos, as mortes e os danos físicos e morais causados a si e aos seus semelhantes.

Há que retrospeccionar pensamentos e atitudes procurando, como se impõe, seguir novos rumos tendo sempre em mente, como linha de orientação, aquelas virtudes ensinadas pelo santo frade que nasceu em Lisboa, mas que exerceu seu ministério em Pádua, na Itália.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Inteligêwncia e esperteza

Há dias, alguém com competência para tal, afirmou: - «Tu dirigistes a Cooperativa de trabalhadores deficientes, que fundaste, com inteligência e sinceridade e perdeste-la e ficaste pobre, se a tivesses dirigido com esperteza ainda a tinhas e estavas rico!»

Parece, de facto, que – ao que ouvimos do Bastonário da Ordem dos advogados – não compensa ser inteligente, mas, sim, ser esperto (ou espertinho), porque só assim se conseguem “grandes” realizações e, concomitantemente, “encher os bolsos”.

Num mundo de corrupção velada, ou mesmo às escancaras, não pode haver (não há) sinceridade, há golpes de rins e curvaturas da cerviz com a mão estendida, em chantagens vergonhosas que deixam marcas profundas nas vítimas inocentes das margens dos lagos, onde os “pescadores de águas turvas” lançam o anzol.

Não! Não quero ser esperto! Quero ser o que sempre fui, para poder passar por todo o lado, de cabeça erguida e muito, muito senhor de mim!

sábado, fevereiro 02, 2008

Por quê tanta crueldade?

Muitos dizem que não há / – neste mundo tão cruel, / onde não cai o maná – / amor, só fel, fel e fel.

De certa forma é assim, ninguém respeita ninguém e, pelo contrário, aproveitam as fraquezas do semelhante para atingirem seus objectivos nefastos, porque demasiado desumanos.

Estou, obvia e concretamente, a referir a utilização de duas mulheres com deficiência mental, num acto de violência, em Bagdad, armando-as com bombas que explodiram matando-as e a mais 72 pessoas e ferindo também um ror de outras, que, normal e inocentemente, faziam as suas compras e vendas no mercado.

Não há moral política e religiosa que possa – cuido eu – justificar e desculpar a utilização de quem não tem capacidade intelectual para definir o que é bem ou é mal e, muito menos, discernir que também será vítima desse acto.

Que moral é esta e que religião é esta tão cruelmente desumana? Será que quem é diferente não merece ser respeitado e amado na sua diferença, seja ela qual for? .Será que este tipo de maldade – na religião dos mentores do acto – tem direito a perdão e se tem – eu não acredito – que Deus é este e que fé é esta?

Porque ainda sou um tanto optimista, creio, plenamente, nas profecias de antanho e espero (já não para mim, mas para os meus netos, se os tiver) um «novo céu e uma nova terra, onde a “besta” ficará amarrada por mil anos!»